Do Manicômio das Séries
Preparem os corações, pois Once Upon A Time não está para brincadeiras. A cada episódio novo, uma nova surpresa, um fôlego renovado e a certeza de um encerramento de temporada extremamente superior aos que já foram apresentados.
“Bleeding Through” começou de forma bem sossegada, comendo pelas beiradas, deixando as partes mais interessantes para o final. Por muito tempo vimos Once Upon A Time perder a sua trama durante uma sequência positiva de episódios bons (a segunda temporada é a maior prova).
A série parecia incapaz de manter os plots com o mesmo vigor, os personagens com as mesmas estruturas e variações, e, até mesmo, manter o enredo atraente sem ser cansativo e repetitivo. Como está mais do que evidente, os produtores e roteiristas receberam algum tipo de insight que os ajudaram a elaborar essa segunda metade da temporada de forma tão envolvente e segura.
Alguns fãs tem achado a narrativa de OZ, por parte da Zelena, um pouco jogada ao vento, como se estivesse sem direção, ou noção do que querem produzir. Acredito que depois deste episódio, qualquer dúvida a respeito da trama, sobre qual caminho ela seguirá, ou quais surpresas ela poderá trazer, foram respondidas e colocadas de lado.
Os flashbacks do passado da Cora e a explicação sobre o motivo que a fez desistir de Zelena, foram as peças fundamentais para o desenvolver do episódio, assim como o do plot central desta parte da temporada.
Após roubar o coração de Regina, Zelena possuía os ingredientes necessários para o seu plano maligno funcionar, a única coisa que a impedia de ter o que queria, era a espera do nascimento do (a) filho (a) da Mary Margarete. Esse pequeno detalhe é tudo o que favorece aos “inimigos” da Bruxa Má, na procura de algo que possa detê-la, de respostas que possam lhes ajudar a entender o que ela quer. Regina não perdeu tempo e tratou de procurar respostas com a sua falecida mãe, pois Cora era a única que poderia explicar, ou pelo menos dar uma noção sobre o que Zelena estava planejando. Eis que Once Upon A Time nos dá mais uma nova interpretação do passado da Cora, algo que mostrou que nem todos os mocinhos são realmente bons.
Já havíamos assistido em “The Miller’s Daughter” a ambição exacerbada e o desejo de viver no luxo, que Cora carregava. Os flashbacks deste episódio nos mostraram um lado mais sofrido, e mais vulnerável da moça. Enganada por um jovem rapaz que se dizia príncipe, Cora deitou-se com ele e concebeu sua primeira filha. Ao descobrir a verdade sobre o rapaz, seu mundo desabou.
Sozinha e gravida, as esperanças pareciam ter desaparecido, até que ela conheceu o príncipe Leopold, e uma nova chance de ter o que sempre quis veio com ele. Porém, o príncipe já estava destinado a casar-se com uma bela princesa chamada Eva, mas Cora fez com que ele se apaixonasse por ela e conseguiu o noivado.
Na segunda temporada condenamos a mulher pelo o que ela fizera à Princesa Eva, assassinando-a para que sua filha tivesse a chance de ser Rainha. Porém, o passado sempre esconde detalhes que fomentam as ações dos indivíduos, e esses detalhes nos foram negados naquele momento. Mostrar a traição de Eva, ao contar a Leopold sobre o filho que Cora carregava e as mentiras que ela carregava, foi extremamente interessante, pois nos mostrou que nem mesmo os bonzinhos estão totalmente livres de culpas, ou de um pouco de escuridão.
Cora, depois disso, precisou abrir mão da sua primogênita para seguir com a sua ambição. Mais uma vez ela estava sozinha e por conta própria e sem nada, um recém-nascido seria um fardo pesado demais para ela carregar. Visando um futuro melhor, para si própria, ela se livra da criança e segue o seu rumo.
Com a descoberta que Belle fizera, e as respostas que Cora fornecera, Regina e seu grupo finalmente descobrem que Zelena planeja lançar um feitiço para voltar no tempo e corrigir o erro que Cora cometera, e dar-lhe a chance de ter a vida que sempre quis, com uma mãe, com poder e tudo o que sempre lhe faltou. A bruxa até fizera uma proposta ao Rumple, se ele cooperasse, teria a chance de corrigir o erro de ter desistido do Bae naquele momento negro do seu passado.
Porém, tentado pelo desejo de libertar-se da dominação de Zelena, Rumple tenta chegar à adaga durante um jogo de sedução, que falha.
Agora que o plano de Zelena está exposto, nada a impedirá de conseguir o que quer, a não ser, é claro, uma Regina revoltada e com a certeza de que não permitirá que ninguém lhe afaste do seu filho novamente. Este momento da temporada está sendo tão favorável à Regina, que ela tem ganho o destaque que tanto lhe faltou na primeira metade.
Estou muito animado com os rumos que a temporada vem seguindo, e espero continuar me surpreendendo. Essa temporada está se mantendo numa crescente muito positiva, e eu dou ponto aos produtores por ter, finalmente, percebido os erros que vinham cometendo.
OBS:
- Que diálogo lindo aquele entre a Snow e a Regina. Há muito tempo que eu não via uma interação tão boa entre as duas.
- Como evitar que o coração salte da caixa torácica ao ver aquele beijo Outlaw Queen? Gente? Tem como a Regina ser mais amada do que todos os outros personagens?
- A Emma está aprimorando os seus poderes. Acredito que até o momento de enfrentarem Zelena, ela já terá aprendido a controla-lo razoavelmente.
- O que dizer sobre um episódio no qual o Henry não aparece? OBRIGADO!!!
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