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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Superfície Imprecisa

Como ser consistente e coerente em viver cada dia e de vez em quando não saber o que esperar da própria vida. Defino como imprecisão certos momentos da vida que estamos sem chão, sem fôlego e meio perdidos.
Essa semana tive uma despedida de uma nova e grande amiga, mas meio que estava preparado para isso e não me comovi tanto. Fiquei forte com o tempo e menos impreciso.

Devemos respeitar nossos momentos de inércia, afinal não somos de ferro. OK? Let´s start from the start.

Tive uma semana meio estranha com certos tropeços e mancadas. Mas estou pronto a deixar esses pequenos percalços para trás.

Vou citar uma frase que vem de um seriado que eu adoro, Lost, " é fácil viver com os olhos fechados".
Finalizando a frase talvez seja, por que com os olhos abertos, é muito fácil de se decepcionar.

E não somos tipo as criaturas mais perfeitinhas do universo, né?

Então vai uma dica vinda do próprio ostracismo do escritor meio chorão de parágrafos acima, vale a pena viver um dia de cada vez, sentir o vento no rosto, aproveitar cada fôlego de vida que você ganha e os pequenos momentos de redenção diários para quando você pensa que está lá em cima, algo acontecer e te colocar lá em baixo. Para algo lhe trazer à tona.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Lost - O fim



Lost foi sem sombra de dúvida a maior obra já criada para televisão nos últimos anos, uma obra de profundidade religiosa, científica. Sobre fé, ciência, disseram que a série seria sobre uma ilha e coisa tal, que ela seria a personagem principal e isso foi real, o que completou essa máxima é que a série foi sobre a ilha, mas amplamente foi sobre pessoas.

Predestinadas pessoas, candidatas a proteger a ilha, foi bem além disso. Bem além da piada gráfica de estarem realmente perdidos numa ilha. Jack, Kate, Sawyer e companhia estavam mais perdidos interiormente, sem propósito. Então, por mais que cheguemos ao fim da jornada com 121 episódios e muita coisa não tenha sido explicada. Que tal em vez de massacrar a série dizendo que o fim não foi legal, dizer apenas que o fim de Lost não foi para ser entendido e sim para ser sentido. De voltar lá no Piloto e relembrar tudo vivido pelos losties. 

Que a história dos flash-sideways representa apenas o caminho de redenção dos personagens. As aventuras, o suspense, tudo foi real, eles não foram simplesmente pro saco e bum, a série acabou. Eles não estavam no purgatório não. A missão deles desde a primeira temporada era essa, encontrar o que faltava em suas vidas. Paz, tranquilidade e amor. Então, não vem falar mal, só porque ficou modinha criticar o fim de Lost. Não é uma série simples, foi complexa em vários sentidos, ainda mais no sentido de representar a busca existencial de muitos.

Então valeram os flashbacks, os flashforwards, até a dimensão paralela e atemporal, valeu pelas respostas respondidas e pela mitologia representada. E até pelas dúvidas e lacunas não-respondidas. Nos últimos minutos do segundo tempo, pra que se importar com a Iniciativa Dharma e os números?
A jornada de auto-conhecimento dos personagens de Lost no fim foi superior as ausências das respostas. Por que não foram as respostas que importaram se colocar na balança. Foram as perguntas.

Um final tocante, emocionante e épico.

Sem mais mesuras.

O fim.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A inesquecível The O.C

The O.C: drama, romances e risos
Poucas séries me ganharam como The O.C me ganhou, exibida desde 2003 pelo Warner Channel e desde 2004 pelo SBT, a série conquistou um público que se manteve fiel, mas em sua maioria nem tanto. O enredo da série é dos mais básicos e conta a história do jovem deliquente Ryan Atwood (Benjamin McKenzie) que é acolhido pelos ricaços Cohen. Criado por uma mãe alcóolatra e com um irmão preso, o jovem é fechado para expressar seus sentimentos e se sente um peixe fora d´gua na rica Orange County, mas só por um tempo. O advogado Sandy Cohen (Peter Gallagher) acaba levando o trabalho para casa, no caso específico, um adolescente de 16 anos, fato que revolta e contraria sua esposa, a workaholic e socialite Kirsten (Kelly Rowan), como melhor amigo ele ganha o nerd Seth (Adam Brody) e no fim é aceito pela esposa relutante. A relação construída pela família é emocionante e Ryan apesar de todo sofrimento passado na curta vida, começa a aceitar seu novo lar. Com a nova residência, também há novos conflitos e problemas, e uma garota especial cruza seu caminho, a inconsequente Marissa Cooper (Misha Barton) que faz jus a expressão girl next door. Marissa pode ser chamada de heroína transgressora com seus problemas com roubo, honestidade e a necessidade de irritar sua mãe, Ryan se apaixona por Marissa porém o romance dos dois é afetado ora pela fragilidade ora pela profundidade de Marissa e a própria dificuldade de Ryan em ser o herói, o romântico, eu já disse calado? Marissa é filha de um golpista nato, o ex- namorado de Kirsten, Jimmy (Tate Donovan) que consegue a proeza de fraudar vários clientes destruindo seu casamento com a manipuladora e bela Julie( Melinda Clarke), sem dúvida um dos maiores trunfos da série. Melinda Clarke entrega uma interpretação tão cativante que a malvada Julie acaba se tornando encantadora e ela tem vários momentos clássicos de bitchness como ter feito um filme adulto no passado, dormir com o ex da filha, casar por interesse, armar, mentir, era sua especialidade.

Família reunida!
O auge da crítica bem-sucedida foi a primeira temporada, a que conquistou um maior leque de fãs, com a personagem Summer (Rachel Bilson) que formou ao lado de Seth, uma dupla imbatível, no começo a personagem chega a ser irritante de tão fútil, mas acaba apaixonada pelo nerd viciado em quadrinhos e o alívio cômico constante da série tamanha a carga dramática da mesma.

A família Cohen acaba impactada pela presença de Ryan que deixa no primeiro finale, a cidade de Newport para assumir a paternidade do filho de Teresa (Navi Rawat) uma garota com que se envolveu, deixando os novos pais adotivos arrasados e Marissa, completamente sem rumo, se enrolando com jardineiros sarados e dedicada a ser o mais rebelde possível. Com o suposto aborto de Teresa, Ryan volta para Newport e vê que sua partida provocou uma avalanche de acontecimentos como o término de Summer e Seth, entre outros.

Kirsten e Sandy enfrentam alguns problemas conjugais que culminam na explosão do alcoolismo dela, oprimida desde sempre pelo trabalho com o pai, o milonário, arrogante e atual esposo de Julie, Caleb Nichol (Alan Dale), Kirsten chega as vias de fato e discute feio com o pai, tamanho o choque da loira é quando Caleb morre de enfarte. Isso leva a personagem ao momento mais crítico da dinâmica familiar dos Cohen: Kirsten é internada numa clínica de reabilitação. Quando Ryan e Marissa voltam a ficar juntos, eis que surge um novo empecilho: Trey (Logan Marshall-Green), o irmão de Ryan que deixa a prisão e vai direto para Newport, o finale da segunda temporada acaba com Marissa atirando no cunhado para salvar o amado. E esse foi o começo da despedida da personagem que teve na terceira temporada, seus dramas tão explorados deixando até um pouco cansativo de assistir sem achá-la uma chata, chega também para ela e Ryan, que se dedica a novos relacionamentos e ao último ano da escola. Seth vira e mexe se envolvia com mentiras, decepcionando Summer, mas se supera ao fumar maconha incentivado por Kaitlin (Willa Holland) a irmãzinha de 15 anos de Marissa. Kaitlin faz um estrago parecido com Julie e confirma a máxima de filho de peixe, peixinho é...Mas de soma, a terceira temporada foi boa, sim, o último erro de Marissa é atrair para ela e Ryan, o mau-caráter e quase sempre chapado, Volchok (Cam Gigandet), após um relacionamento conturbado com o cafajeste, ela resolve recomeçar, mas morre no fim da temporada em um acidente de carro provocado por Volchok, fato culminante para o abandono colossal de fãs da série.

A morte de Marissa Cooper, a girl next door
O criador Josh Schwartz publicou uma carta para os fãs explicando a saída de Mischa da série e concordo com seu ponto de vista, Marissa sempre estava envolvida em situações de quase morte, nada mais justo que ela se despedisse assim da série, porém o episódio intitulado Formatura é marcante em vários aspectos, principalmente por ter sido esquematizado de forma ao telespectador não desconfiar da morte de uma das protagonistas.

A encantadora e ambiciosa Julie Cooper
Eis que surge o momento de despedida real da série, sua mal-interpretada e ótima quarta temporada, que mostrou os personagens tentando seguir em frente após a morte de Marissa, os mais afetados pelo ocorrido foram Summer (que se tornou ambientalista e parou de se depilar), Julie ( perdeu o gosto pela vida e entrou numa depressão profunda) e Ryan (envolvido com brigas de rua e empenhado em apanhar muito de forma que compensasse a culpa pela morte de Marissa). O tema principal da história foi amadurecimento e redenção e a verdade nua e crua é que a morte da girl next door deixou o seriado bem mais leve e engraçado, em parte por Taylor Towsend (Autumm Reeser) personagem cretininha inserida na terceira temporada primeiro como uma vilã relutante, mas que por fim se mostrou bem legal e falante. Na quarta temporada, ela é desenvolvida e tem muito espaço. Taylor é solitária, tem vários tiques nervosos como falar diversos idiomas quando irritada, curiosa, rejeitada pela mãe e muito engraçada. Acho que é o máximo o jeito como ela e Ryan se apaixonam e que ela é a razão da quarta temporada fechar com chave de ouro essa preciosidade da tv. Julie resolve colocar os pingos nos is e se torna uma mãe melhor para a filha que restou, kirsten e Sandy tem mais uma filha, Summer e Seth se casam e tudo isso após no penúltimo episódio a cidade ser arrasada por um terremoto, uma estratégia genial dos criadores.

A carismática e engraçada Taylor Towsend
Uma das principais características de The O.C sempre foi sua trilha sonora de primeira qualidade e atuações memoráveis, um seriado bem familiar e nas palavras de um crítico norte-americano que foi muito feliz na citação: " este é o melhor seriado produzido para a televisão nos últimos anos, mais inteligente, mais divertido e quando preciso, muito mais tocante."

É daquelas séries que te fazem questionar o real sentido da palavra família, cheia de referências a cultura pop e que falam sobre lealdade, destino e amizade como poucas. The O.C mostra que não são transas que importam, não é a quantidade de dinheiro que você tem e sim, os seus valores e o poder da família acima de tudo. Não consigo parar de assistir e em 92 episódios traz personagens fabulosos, a delícia de Natanukká (junção entre Natal e Hanoká), risos, lágrimas, rômances e boa música no pacote. Que tal assistir?