Crocância.
How To Get Away With a Murder continua a escalada de todo o seu potencial como suspense e drama. O foco continua na atenção variada em um ou dois dos estagiários, a defesa de Rebecca e um caso procedural.
Depois do envolvimento de Sam com Lila vir a tona, uma quarta frente entra na narrativa. Annalise não é mulher de se render e ela sabe exatamente quem são os seus.
Facilmente, ela coloca Bonnie no seu devido lugar. Ciente de que Nate bisonhou o carro de Sam, ela tenta ganhar pontos com a chefe barganhando com a polícia local, mas só consegue desconfiança. Será que Bonnie e Sam já tiveram algo e Annalise perdoou a assistente? Só se pode saber algo em relação a Bonnie: não sabemos exatamente o que ela é capaz.
Ela é competente, sim. Competitiva? Sim. Mais ainda bem mais imprevisível. Laurel tem sua chance de mostrar mais do seu talento. Elogios a atriz Karla Souza por entregar uma personagem a primeira vista obsoleta e tímida, mas tremendamente complexa.
Laurel é uma sobrevivente, por isso se dedica no caso da semana. Ela sabe que o menino só queria defender sua mãe e tenta conseguir provar que o amado policial na verdade era um esposo e pai abusivo.
Como um dos principais focos do episódio, ela em tempo real recebe ligações de Frank com quem já está envolvida semanas a frente. Retrocedendo, ela entra num leve romance com um advogado formado e a bomba estourará quando ela não conseguir mais ficar longe do barbudo.
Connor não sossega e o episódio foi cheio de cenas despretensiosas entre ele e o menino de ouro Asher. Mesmo sem entender a conotação real das tiradas do colega, só a expressão facial de Matt McGorry diverte. O elenco está afiadíssimo.
Rebecca é avaliada por Sam, numa espécie de teste próprio de Annalise. Ao descobrir que o esposo da professora era o homem no celular de Lila, Wes não sabe em quem confiar. Rebecca reconhece o banheiro e avisa o colega de dormitório.
Mesmo sujando um pouco as mãos a equipe garante mais uma vitória nos tribunais. Descredenciando o júri, eles encurralam o juíz. Também explode a chama entre Frank e Laurel. Annalise também descobre logo após Nate ser demitido que ele mentiu sobre Sam. O psiquiatra não arredou o pé da cidade no dia que Lila foi para o saco.
Todas as tramas apresentadas até aqui caminharam. O episódio foi uma boa mostra de como a série vem cumprindo o que propõe. Uma história amarradíssima.
Chega a vez de Asher.
Asher é uma figura e tudo isso traduz bem sua cena de dança psico-maníaca de introdução do episódio. Matt McGorry mesmo propenso inicialmente ao antipático no papel, conseguiu levar o herdeiro dos Millstone a um lugar indispensável na trama pela sua inegável via cômica.
Algo vai levar Asher a receber o troféu de Annalise. Uma espécie de filtro do destaque individual do dos estagiários. Claro que o prêmio é gradual e passa nas mãos dos mais eficazes. Só tem uma coisa, o mesmo troféuzinho está na cena do crime contra Sam logo no espaço de tempo que estaria encabido a Asher.
Excluído por um timing que pode se revelar bom ou ruim, Asher não estava no escritório no cenário de caos que os colegas vão se encontrar. Se Laurel mostrou-se observadora e compassiva, uma súbita frieza se revela ao cogitar com Connor envolver Asher no incidente.
Restam apenas cinco semanas para os acontecimentos levarem a morte de Sam. A aula começa quente. 'Habeas Corpus'. Porém, Bonnie surge com algo e Annalise dispensa a turma.
Vemos rapidamente o confronto de ideologias entre ela e Wes com a constatação que Sam é o Sr.Darcy, nickname do homem mais velho com fotos no celular de Lila. E agora Wes pode ruir o caso inteiro.
Um novo caso chega enquanto o quarteto de estagiários tenta suprir a ausência de Wes. E é um baita caso, a chance de provar a sociedade que o réu foi preso injustamente. 72 horas para provar sua inocência ao estado. A primeira apelação do time Keating do semestre.
Wes ameaça Annalise, só volta se ela recuperar Rebecca, Frank sai nessa missão. Bonnie continua uma incógnita ao dizer que faria tudo por Annalise, ela protegeu Sam aparentemente. Mas se estiver sendo sincero está protegendo a integridade da chefe. Será que mataria por ela?
Com Frank buscando reaver Rebecca, as horas passam rapidamente. Laurel nega o beijo do outro dia no barbudo e interroga com Wes o primeiro advogado do prisoneiro David.
A dupla do barulho Michaela e Connor vão atrás de outro criminalista. Mas até os dois alunos mais competitivos do grupo de estagiários de Annalise perdem para a dupla que se forma voluntariamente afinal as coroas o acham charmoso: Bonnie e Asher. O Team Bosher.
Asher que podia ser riscado da relevância em méritocracia por ser filho de um juíz com prestígio mostra que é sim talentoso, só um tantão excêntrico. Mas quando o pai famoso de Asher é apontado como parte de um esquema racista para ter encarcerado David, Annalise é enfática: o juíz Millstone é o novo alvo do time.
Escorraçado pelo pai, Asher mesmo assim mantém-se leal a ele e Annalise desenvolve um novo contorno para a defesa de David sem envolver o juíz Millstone. Desajeitado, ele cai em uma pilha de papéis que levam a equipe a um senador.
Saindo das sombras, Bonnie mais uma vez repudia o relacionamento crescente entre Frank e Laurel. Ouvindo a colega, Laurel se afasta do bonitão.
A trama vai até um senador que pode ter matado a namorada de David e incriminado o rapaz, mais uma atuação apaixonada de Viola Davis surge e eclipsa todo o resto. David é um homem livre.
Frank a mando de Annalise plantou os indícios que Griffin matou Lila pois ela o traiu. O terreno é seguro para Rebecca voltar. Mas será que realmente foi Griffin que matou Lila ou foi Sam?
O episódio foi tanto de Asher que no final, ele entrar numa relação com a moralista Bonnie não causa tanta surpresa. A surpresa vem de Annalise saber que algo aconteceu ao seu marido.
P.S: Tenho uma ressalva. A série é ótima, mas o personagem Nate é muito apagado. Qual seria a função do personagem além da forma de Annalise vingar-se discretamente das traições constantes de Sam?
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