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sexta-feira, 8 de março de 2013

Grey's Anatomy - 4x05 Haunt You Every Day


Os cinquenta tons de Shonda Rhimes.

Há uma razão pela qual cirurgiões aprendem a manejar bisturis. Gostamos que fingir que somos durões, frios cientistas. Gostamos de fingir que não temos medo. Mas a verdade é que nos tornamos cirurgiões porque em algum lugar bem fundo dentro de nós achamos que podemos cortar o que nos persegue. Fraqueza, fragilidade, morte.

Não acontece só com cirurgiões. Eu não conheço ninguém que não seja assombrado por algo... ou alguém. E mesmo se tentarmos cortar a dor com um bisturi ou enfiá-la no fundo do armário... os nossos esforços costumam ser em vão. Então só conseguimos limpar nossas teias de aranha virando uma nova página ou colocando uma história de lado - de lado, de uma vez por todas.

O Halloween se aproxima e Meredith tem pesadelos estranhos com a mãe e momentos decisivos com Derek. Richard passa a morar no apartamento de Burke, já que o revival com Adele ao que tudo indica, não vai rolar. Izzie e se companhia se assombram com Meredith que leva o saco com as cinzas da mãe para cima e para baixo. Meio mórbido, não?

Callie orienta todos para o feriado, que representa trabalho em excesso. A ortopedista coloca Izzie em uma sinuca de bico ao contar para todos que a loirinha dormiu com George. O sorriso amarelo de Izzie é o melhor. Pacientes fantasiados, internos perdidos e a mais zen de todas as residentes, Sidney de volta à cena.

Lexie cai numa peça de Cristina e aparece como se fosse a camponesa do rótulo do Leite Moça, sendo salva por George. Bailey se envolve num caso instigante de um paciente com espasmos no pé direito. Na verdade, a síndrome rara de desconhecer uma parte do corpo. No caso, o pé com vida própria.

Derek é questionado por Meredith, sobre o melhor ideal para deixar as cinzas de Ellis. O humor negro de Shonda Rhimes dá as cartas, colocando a mega-cirurgiã como psicomaníaca mesmo depois de morta, assustando as pessoas.

Sloan sente a fúria de Olivia, a enfermeira vagaba e suas amigas enfermeiras, as pretendentes catalogam as cantadas do bonitão que ainda é vítima de uma peça de Derek que paga um moleque(filho da moça da lanchonete) para abordar Sloan o chamando de papai.





Impagável, como Shonda está bandida hoje. Já que segundos depois, Alex reeencontra  Ava - a paciente por quem se apaixonou na terceira temporada. E é óbvio que os hormônios gritam.

Mark e Meredith se unem para reconstruir as orelhas deformadas do garotinho que fingiu ser filho do piranhudo de plantão. Richard dá o aval para o procedimento ser gratuito. George e Izzie deixam para trás o caso que houve entre eles(por hora) para cuidar de pacientes sangrando por ferimentos oriundos de um festival com serras elétricas.

Um descuido, possivelmente de Norman - o interno geriátrico e o paciente da síndrome rara serra seu próprio pé. Mark e Callie avaliam os danos e concluem que o membro não pode ser salvo. O local é propício para o cirurgião plástico deixar claro para a chefe de residência que pode "animá-la" a qualquer hora. E não tem hora para Sloan ser McSteamy.

A tensão se atenua quando um senhor pode receber o coração de sua filha que sofre um acidente súbito e tem morte cerebral. O idoso entra num impasse ao ter que escolher se desliga a herdeira dos aparelhos e recebe o coração dela, já que a mesma era doadora de órgãos.

Sidney se insinua para Derek no sua peculiar alegria, servindo de um contraste para a patetice em demasia de Meredith. Shonda está masoquista nesse episódio, fazendo chacota de seus personagens e os testando em alto calibre. Fácil perceber como a autora assinala-se através do roteiro, como quando Yang se revolta com a hipocrisia de George e Izzie ao ressaltarem que estão esperando para ficar juntos em respeito aos sentimentos de Callie.





Já vimos Shonda sendo piadista, bizarra e agora através dessa situação que afeta intimamente Cristina( já que George estava casado com Callie e a traiu e nossa médica oriental foi deixada no altar) um debate reflexivo se instaura. É a chance única da criadora se redimir dos efeitos catalisadores desse plot que já nasceu cagado.

Erica Hahn, a antiga rival cardiocirurgiã de Burke chega para somar o time do hospital e realizar o transplante do coração, a questão se resume somente ao paciente concordar. Shonda dessa vez não poupa Yang que é rechaçada pela recém-chegada que pontua que ela é brilhante, mas com um histórico de vagabunda por dormir com seus mentores. Chega a doer e dar peninha.

Logo depois da sessão julgadora, a própria Yang tem que concordar que tem um passado semelhante ao presente de destruidora de lares de Izzie. Sloan se vinga de Derek e alimenta a atração de Sidney pelo amigo. Jogou sujo, mas é bom os dois voltarem a ser como irmãos pós-Addison.

O feminismo é o próximo tom de Shonda a ser mostrado: numa conversa entre Yang e Callie em plena sala de cirurgia, falando sobe seus respectivos e bobocas machos que as deixaram.

Como Alex não fez nada a não ser ficar com Ava o episódio inteiro e Norman está sob sua tutela ele é que pode ser punido pelo derrame que o vovô interno sofre, já que não liberou o mesmo do trabalho(mesmo o médico gagá alegando não estar se sentindo bem). Shonda sendo reflexiva.




Lexie e Meredith se aproximam em meio aos corredores do hospital e falando sobre a morte. A cena é mórbida, meiga e é a carta final de Shonda para mostrar que sua série fala de vida e morte e está cada vez mais amadurecida. Bailey entrega o mote final ao desabafar sobre a tristeza de não ter ido para casa. Representando o lado mãe de Shonda, quem sabe, seu lado mais compassivo.

Cristina tira o apartamento de Richard por ele contratar Erica. Norman diz adeus a residência de clínica geral e escolhe a psiquiatria. O destaque fica para ele pontuando que os residentes são um bando de crianças com bisturis fazendo sexo em lugares inadequados. O mais louco e sensato é como ele está certo.

Ava deixa uma peça de roupa como souvenir , mas é cedo para dizer se Esme terá um arco tão grande como o do terceiro ano. Callie passa a morar com Yang, que a proíbe de fazer uma faxina. Richard e Meredith usam uma pia para fazer Ellis e suas cinzas descansarem. Próxima da sala de cirurgia, o lugar onde a barracuda sempre desejou estar.

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