Post de Camila Barbieri
Eu não sei para você, mas para mim, esse foi o retorno mais aguardado da temporada. Quem morreu? Quem viveu? Como tudo ficaria após a morte? A season premiere de Grey’s Anatomy respondeu essas e outras questões deixadas para trás e apresentou storylines sólidas como nunca se viu antes.
Spoilers Abaixo:
Antes de tudo, eu sou contra qualquer episódio duplo, seja season finale, season premiere ou até no meio da temporada. Não importa como, eles não funcionam. Ainda Grey’s Anatomy não se saiu tão mal quanto em um passado não tão distante, a season premiere da temporada passada, mas se tivesse sido apenas um episódio, as coisas poderiam ter sido um pouco melhores. Mas, enfim, broncas de lado…
Como não foi mistério para ninguém, George O’Malley morreu, isso foi escancarado há tempos, só nos restava uma confirmação e como é rotineiro com Shonda Rhimes, ela até tentou brincar com os telespectadores, mas a Lexie não convenceu que o George não era o John Doe por causa do tamanho do seu pé, na verdade isso até fez com que o ritmo do episódio se perdesse um pouco, porque ver as lamurias de todo mundo sem esse sopro de esperança teria sido muito melhor.
Esses dois primeiros episódios tentaram mostrar os “cinco estágios do luto” e foi brilhante; Todos os personagens conseguiram mostrar ainda mais das suas características marcantes, desde o sangue latino da Callie até a frieza oriental da Cristina. Realmente funcionou bem e todos surpreenderam.
Sara Ramirez foi presenteada pelos roteiristas na primeira parte do episódio ou no primeiro episódio, como preferirem. A personagem estava ótima lidando com a dor da perda de um ente querido e pedindo a ajuda de Izzie para decidir sobre o “doar ou não doar” os órgãos do ex-marido, porque apesar de Torres ser a ex-mulher do personagem, sempre foi Izzie “a pessoa” de George.
A storyline de Torres continuou ganhando novas vertentes, a briga com o chefe e a ida para o Mercy West não poderia ter sido mais OMFG e esse teria sido o auge das novidades senão fosse pelo anuncio do próprio chefe nos últimos instantes de episódio.
Enquanto a vida de Torres mudava em trinta e poucos dias, já que foi essa a proposta do episódio, mostrar dia-a-dia o pós –perda de um ente querido, Meredith e os demais médicos também aprendiam a lidar com a dor e cada um apresentava um estágio do luto.
Yang como sempre foi a sem emoções. Little Grey sentiu culpa. Meredith não aceitava. Bailey se auto-torturava. Richard sentia-se de mãos atadas. E Izzie mostrou-se forte e até riu. O modo como todos um lidaram com a dor, como eu já disse, foi brilhante. Tirando Callie que já foi comentada, merecem destaque o modo que como Meredith e Cristina trataram a dor.
Mer reprimiu seus sentimentos com o sexo e quando aceitou foi tenso, triste, dramático… a personagem caiu no choro para honrar a perda do seu melhor amigo. Já Cristina, como sempre, foi fria, mas estava acima de tudo extremamente estúpida, insensível, nem Izzie ela perdoou, a rinha entre ela e Bailey foi histórica, mas quando caiu a ficha para a personagem, após transar com Hunt, Sandra Oh roubou a cena. Uma frase fez com que a participação da personagem no episódio valesse ainda mais a pena: “George O’Malley está morto.” – e xeque mate, ninguém, bateu a atuação de Oh, nem mesmo Ramirez.
Enquanto os médicos lidavam com tudo, ainda teve o retorno de Amanda, a mulher por quem George deu sua vida. E como Izzie disse, era incrível ver o tanto que a personagem chorava no enterro sem mesmo ter grandes laços com O’Malley. Mas é aceitável, afinal, se não fosse ele, seria ela no caixão e senão fosse por ela, ele estaria vivo. Dor compreensível. Mas como Stevens disse para a personagem de Shannon Lucio, a vida continua e George não deu a sua para que ela passasse o tempo todo se lamentando.
Apesar de George ser o morto, todas as atenções estavam mesmo voltadas para Izzie Stevens. Mas surpreendentemente a personagem, como já deu para perceber, não foi o destaque principal. Sim, Izzie teve sua storyline, enfrentou sua primeira “crise” de casada com seu marido, Karev. Mas seu retorno dos mortos foi bem abaixo do esperado. Talvez seja Shonda Rhimes querendo fazer a personagem cair no esquecimento, igual fez com o personagem de George na temporada passada, porque ficou claro com esse episódio, que Grey’s Anatomy, não é Stevens’ Anatomy de jeito nenhum.
Além das lamentações do episódio tivemos os casos médicos e um deles em especial levantou uma ótima questão que eu sempre achei necessária na série. Será que vale viver uma vida totalmente incapacitado? É claro que vale, vida é vida, mas não é todo mundo que aceita muito bem mutilações e bolsas de fezes, a vida tem um preço e pela primeira vez, Grey’s Anatomy bateu nesta tecla.
E já no último minuto do episódio, Chief Webber solta uma bomba no seu hospital. O médico que quase perdeu a diretoria para o Dr. Shepherd, anunciou a fusão entre Seattle Grace Hospital e Mercy West, pois é, o mesmo hospital que a Callie foi trabalhar. O que esperar disso? Sinceramente eu não sei. Provavelmente, muitos novos médicos, mas nós sabemos que Shonda Rhimes é melhor que somente isso.
Rhimes mais um vez surpreendeu com sua premiere. Poderia ter sido melhor? Poderia. Mas o resultado foi bom. Tudo correu bem e como eu disse lá em cima, as tramas apresentadas foram sólias. Há tempos Grey’s Anatomy não começava tão promissora.