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terça-feira, 28 de maio de 2013
A Televisão pelo mundo e o Espetáculo da TV
Quanto a TV, a forma tecnológica convive com a forma social observa
Sartori. Essa relação pauta-se por uma tele-realidade. Vivemos com a televisão,
“onde quer que seja” (Sartori. O Olho universal. In Evolução na comunicação. Rio
de Janeiro, 1987, p.263).
Expandindo-se para o mundo, é oficialmente em Março de 1935 que emite
imagens a distância para o público na Alemanha. Em Novembro é a vez da
França e mais uma vez a Torre Eiffel é o posto de emissão. Lembramos a
vocação do monumento francês em relacionar-se com a mídia em encontro
anterior.
Em 36, na Inglaterra inaugura-se a estação regular da BBC (British
Broadcasting Corporation). No ano seguinte, com três câmeras transmite-se a
cerimônia da Coroação de Jorge VI. 50000 espectadores assistem o evento. Na
Rússia, a televisão chega em 1938 em pleno período stalinista. No decorrer da
Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi a única nação que consegui manter a
televisão no ar.
As transmissões voltam em Paris em 44 e em Moscou em 45. A
BBC transmite o desfile da vitória em 1946 celebrando o fim da guerra. Paris
voltou com as transmissões em Outubro de 1944, Moscou em Dezembro de
1945.
Davis Sarnoff, diretor geral e vice-presidente da RCA (Radio Corporation
of America) encomendou ao russo Zworykin (desiludido com a Westinghouse)
mais pesquisas para a RCA.
Depois de um longo processo judiciário, a RCA
conseguiu em 20 de outubro de 1938 desenvolver uma novo tipo de TV
econômica e a 30 de abril de 39, a subsidiária da RCA, NBC inaugurou o serviço
de televisão nos EUA na feira mundial de Nova Iorque. Os EUA criam a primeira
televisão comercial do mundo.
Em primeiro de julho de 1941, a NBC resolve
apostar nos patrocinadores e anunciantes. O modelo comercial norte-americano
não mudaria jamais na Terra do Tio Sam.
Com imagens reproduzidas em tempo real, via satélite ( Voltaremos ao
tema em nossa última tela) por todo mundo inclusive no Brasil, através de um 2/3
pool de emissoras como Tupi, Globo e Record, a televisão mostrou a chegada do
homem a lua 20 de julho de 1969.
Segundo Dizard “o desafio mais imediato para as emissoras de televisão
partiu da TV a cabo” (Wilson Dizard Jr. A nova mídia, Rio de Janeiro: JZE, 1998,
p.142). Os Satélites já tinham lançado a televisão em um novo momento de sua
história. O primeiro satélite que serviu para transmissão sem fio de rádio e
televisão foi o Telstar. Burke e Briggs relatam assim a transmissão via satélite
experimental.
As primeiras transmissões de programas de televisão usando o Telstar
foram enviadas em 11 de julho de 1962, com um diálogo familiar inicial, ouvido
por milhões. Um locutor de televisão norte-americano irrompeu em um
“teleteatro” para declarar que os britânicos estavam “ prontos para transmitir um
programa do Telstar.” Os espectadores viram e ouviram os britânicos sentados
ao redor de uma mesa no outro lado do atlântico.
“ À minha direita está este austero escocês, Robert White. À minha esquerda, John Bray, encarregado de
nosso planejamento espacial. São TRE e meia da manhã. Boa sorte”. Este foi um
programa menos notável do que muitos posteriores enviados via satélite como a
ocasião em que Churchill aceitou a cidadania honorária norte-americana ( Burke
e Briggs. Uma história social da mídia. Rio de Janeiro. JZE, 2002, p. 294)
A CATV ( CableTV – televisão a cabo) é uma outra importante tecnologia
projetada nos anos 60. O maior número na oferta de canais e muitas opções de
TV segmentada apareciam de forma desigual pelo mundo.
Os norte americanos já possuem um sistema bem desenvolvido nos anos 80. No Brasil, a TV a cabo
ganha força só no final dos anos 90. Em 2008, 5,4 milhões de domicílios
brasileiros contavam com a tecnologia. A audiência nesse modelo tende a ser
menor, pois nem todos têm acesso.
A programação se especializa e o amante de
TV passa a ter a sua disposição uma vasta gama de possibilidades para seu
entretenimento.
No entanto, essas tecnologias também proliferaram inúmeros programas e
opções que nem sempre primam pela qualidade. A exploração comercial
sobressai-se como tônica da televisão mundial. Evidentemente como vimos no
início da aula, a TV necessita de uma busca pela qualidade. Peter Greenaway em
um programa chamado “TV Inferno” (veja a chamada no Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=XkxkRpDeFyk) refletiu essa primazia da
televisão no mundo. E fez mais refletiu sobre isso pensando novas linguagens
para a telinha.
Em tempos de reality shows e programas que ironizam a própria
TV (os da TV aberta Pânico e CqC, na TV por assinatura Saturday Night Live e o
extinto Hermes e Renato da MTV) e seus espetáculos midiáticos conexos ( como
a indústria das celebridades) não custa lembrar o próprio conceito de
espetáculo. Guy Debord dizia no livro A sociedade do espetáculo: “que o
espetáculo é o capital em tal grau de acumulação que se torna imagem”.
Lembramos de uma campanha da MTV que na própria TV pedia para que os
telespectadores desligassem seus receptores e partissem para a leitura.
Presunção do meio ou constatação necessária?
O telejornalismo também passa por um momento que se relaciona a esse
espetáculo. Cenários que parecem querer ser mais importantes que a notícia,
apresentadores que não mais só lêem as notícias, mas as transformam em
entretenimento puro e simples.
José Arbex Jr não só se referindo ao jornalismo
na televisão cria o termo Showrnalismo que parece muito bem se adaptar a essa
realidade
Fonte: Estácio Textos.
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