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Semiótica e Semiologia
Segundo Vogt, o termo Semiótica tem longa tradição de
uso e sua antiguidade remonta ao médico grego Cláudio Galeno, que viveu
entre 131 e 210 da era cristã. Suas teorias influenciaram a medicina até
pelo menos o século XVIII. Semiótica como designação da ciência dos
signos, correspondente à lógica tradicional, foi noção proposta pelo filósofo
inglês John Locke, no século XVII e retomada por Lambert, no século
XVIII.
As duas foram propostas como disciplinas autônomas:
Semiótica - designação de
origem anglo-saxã, proposta pelo filósofo norte-americano Charles Sanders
Peirce (1839 - 1914).
Semiologia - vertente
neo-latina da cultura européia, proposta pelo linguista suíço Ferdinand de
Saussure (1857 - 1913).
Segundo Saussure, a língua é um objeto teórico, um constructo, um
sistema cujos elementos integrantes e integradores são os signos. É uma
instituição social que se distingue de outras instituições, políticas,
jurídicas etc, pela natureza especial do sistema de signos que constitui.
Peirce preocupa-se em formular um método capaz de conferir
significado às ideias filosóficas. As opiniões e o estabelecimento de sua
verdade constitui o objetivo fundamental do método científico.
Para Peirce, um signo é algo que, de algum modo, representa alguma
coisa para alguém, dirige-se a alguém, cria na mente dessa pessoa um signo
equivalente ou um signo melhor desenvolvido.
Assim, língua, literatura, moda, culinária, comportamento
animal, música, pintura, jogos, rituais, regaras sociais, tudo que, por alguma
razão, passou a ser percebido como sendo em si significante e sendo o que não
é, sendo, simultaneamente outra coisa que si mesmo, tendo um
significado, passou também à categoria de objeto semiológico ou semiótico.
Saussure partiu do
pressuposto de que não usamos apenas a língua para nos comunicar, anunciando a
lingüística como um primeiro tópico a ser estudado dentro de uma ciência maior:
a semiologia. A natureza do signo lingüístico foi concebida como uma entidade
psíquica de duas faces indissociáveis que criam um significante (imagem
acústica) e significado (conceito). A arbitrariedade dessa relação possibilita
a produção de diferentes sistemas de significação. Após esclarecer a questão do
signo segundo a abordagem semiológica, o professor deverá esclarecer o complexo
regime de signos proposto por Peirce através da Semiótica. Ainda de acordo com
Teixeira Coelho, para Peirce um signo “é aquilo que, sob certo aspecto,
representa alguma coisa para alguém”. Dirigindo-se a essa pessoa, esse primeiro
signo criará na “mente” (ou semiose) dessa pessoa um signo equivalente a
si mesmo ou, eventualmente, um signo mais desenvolvido. Este segundo signo
criado na mente do receptor recebe a designação de interpretante e a
coisa representada é conhecida pela designação de objeto. Estas três
entidades formam a relação triádica de signo. A partir dessa divisão entre
signo, interpretante e objeto, o professor deverá esclarecer as tricomias
peircianas, tais como “ícone, índice e símbolo”, “primeiridade, secundidade e
terceiridade”; bem como as classes de signo que vão desde o “qualisigno” até o
“argumento”.
(Noções retiradas da Revista Eletrônica de Jornalismo científico -
ComCiência.
Autoria de Carlos Vogt).
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