Antes
de falar da profissão de relações públicas é importante conhecer um pouco da
história da Comunicação Empresarial. O conceito surgiu nos Estados Unidos, no
início do século XX. Foi 1906, quando em Nova Iorque, Ivy Lee decidiu deixar o
jornalismo de lado para montar o primeiro escritório de Relações Públicas do
mundo.
Lee mudou de
atividade com o objetivo de recuperar a credibilidade perdida pelo poderoso
empresário John D. Rockfeller, que era, na época, o mais odiado de todos os
empresários dos Estados Unidos. O motivo era: assim como os mais destacados
donos de empresas daquele país, ele vinha sendo acusado de combater
impiedosamente as pequenas e médias organizações. Era "feroz, impiedoso e
sanguinário". E não media esforços em busca do seu principal objetivo: o
monopólio, ou melhor: o lucro fácil que o monopólio acabava gerando.
Segundo Manuel
Chaparro, em O Processo de Relações Públicas, livro de autoria da pesquisadora
norte-americana Hebe Wey, é possível ler que "denunciados, acusados e
acuados" pela imprensa, os grandes capitalistas dos Estados Unidos
encontraram uma saída: contratar o jornalista Ivy Lee. Para eles, Lee era o
único caminho que imaginavam para evitar novas denúncias, "a partir de uma
nova atitude de respeito pela opinião pública". É importante destacar que
até então a opinião pública não tinha a menor importância para eles.
Conforme abordado
pelo jornalista Cláudio Amaram, o escritório criado por Lee passou a fornecer à
imprensa "notícias empresariais para serem divulgadas jornalisticamente e
não como anúncios ou como matéria paga". Na opinião de Wey, "eram
informações corretas, de interesse e de importância para o público". Eram
informações tão honestas, segundo podemos concluir, que acabavam evitando novas
denúncias contra os empresários mal falados, de acordo com a citada
pesquisadora.
O primeiro
encarregado de Relações Públicas do mundo conseguiu, assim, sucesso imediato e
prolongado, ganhou dinheiro e fez escola, porque, segundo Hebe Wey, escreveu e
adotou uma carta de princípios que até hoje representa "uma excelente
orientação para os especialistas modernos":
"Este não é um
serviço de imprensa secreto. Todo o nosso trabalho é feito às claras. Nós
pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isto não é um agenciamento de
anúncios. Se acharem que o nosso assunto ficaria melhor na seção comercial, não
o usem. Nosso assunto é exato. Mais detalhes, sobre qualquer questão, serão
dados prontamente e qualquer diretor de jornal interessado será auxiliado, com
o maior prazer, na verificação direta de qualquer declaração de fato. Em
resumo, nosso plano é divulgar prontamente, para o bem das empresas e das
instituições públicas, com absoluta franqueza, à imprensa e ao público dos
Estados Unidos, informações relativas a assuntos de valor e de interesse para o
público".
O trabalho de Ivy
Lee para seu cliente fez tanto sucesso junto à imprensa e à opinião pública,
que Rockfeller passou de "patrão sanguinário" a "benfeitor da
humanidade". Lee morreu "por volta de 1935, quando dirigia o
Departamento de Relações Públicas da Chrysler". E deve ter morrido feliz,
porque a atividade que ele inventara havia sido adotada em inúmeras empresas e
órgãos públicos. Passara a ser estudada, inclusive, em universidades do porte e
do prestígio de Yale, Harvard e Colúmbia, que criaram cadeiras específicas e
começaram a formar especialistas em Relações Públicas.
Dos Estados Unidos,
as Relações Públicas foram sucessivamente para o Canadá (1940), França (1946),
Holanda, Inglaterra, Noruega, Itália, Bélgica, Suécia e Finlândia (1950) e
Alemanha (1958).
"As Relações Públicas tiveram no Brasil um
vertiginoso desenvolvimento a partir de 1964", lembra Manuel Carlos
Chaparro em sua dissertação de Mestrado na USP. "Com elas, generalizou-se
também, na iniciativa privada e no serviço público, a prática de Assessoria de
Imprensa. E, tal como aconteceu nos Estados Unidos, as duas atividades atraíram
muitos jornalistas." A regulamentação da profissão de Relações Públicas
(RP) foi decretada em 1968. Foi tão ampla que acabou gerando conflito com a de
jornalista, assinada em 1969. Durante mais de 20 anos os profissionais de
Relações Públicas e os jornalistas lutaram para provar que a elaboração de press-releases,
por exemplo, era uma prerrogativa de apenas uma profissão. Os RPs nunca se
conformaram também com a eventual ascensão de um jornalista ao posto de
assessoria mais qualificado dentro da empresa ou do órgão público onde
trabalhavam profissionais das duas categorias. Para eles, cabia ao RP ser o
comandante, o formulador da política de Comunicação Empresarial.
Por resumo enfatiza-se que o objetivo do RP é melhorar o relacionamento do seu assessorado com seus diversos públicos além de identificar e solucionar os problemas das organizações. Eis o conceito também de mídia paga - paga para haver uma inserção e mídia espontânea - através da RP uma sugestão para a imprensa pelo assunto ser de interesse/ informação pública.
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