Lição número um para quem quer ter sucesso como ator de comerciais de cartão de crédito: Aponte o dedo e fale bem alto.
Glee voltou minha gente! Pois é. Estou mesmo feliz com o retorno e não só pela série em si, que sempre me diverte com suas cretinices. Gostei do episódio e o mais chocante é que eu não esperava por isso.
Quem tem mania de escutar todas as músicas antes de assistir ao episódio, como eu sempre faço, pode acabar com a impressão errada sobre o que vai acontecer. Eu não tinha gostado nadinha das canções e por isso, nem a perspectiva de algum dramalhão com Quinn cadeirante ou a aparição de Matt Bomer estava me animando.
Para minha surpresa, o episódio veio num clima super bacana, com uma boa cadência de roteiro e continuidade para o cliffhanger do acidente. O clima não ficou pesado e depressivo, porque Ryan Murphy (essa quenga) é o tipo de escritor que trata situações tensas com piadas e desdém. Pode até parecer desrespeito, mas funciona com o estilo que Glee sempre impôs. Aliás, essa é a base de Glee e o que fez a série ser tão querida entre o público jovem.
No começo eu até achei estranho que Quinn desfilasse pela escola sob rodas, linda, loira e gloriosa, achando que o máximo apostar corrida com Artie pelos corredores e aceitando desafios que provam que acessibilidade não é luxo. Houve sim, uma parte em que a galhofa correu solta, mas no final, encaramos a verdade junto com ela: talvez, a cadeira de rodas não seja temporária.
Só Artie parecia enxergar isso de verdade, enquanto Quinn assume uma posição de superior e tenta sorrir o tempo todo, numa reação bastante forçada. Adorei cada cenas dos dois e mais ainda, as canções. Já faz um tempo que tenho certa preferência pelas versões cantadas por Kevin McHale e a mistura com Dianna Agron deu muito certo.
Paralelamente, Rachel e Finn também são afetados pelo acidente de Quinn. Ela chora o tempo todo e se revolve em culpa, enquanto Finn percebe que, talvez, o casamento adolescente não seja uma saída muito boa para seu futuro profissional.
Tudo o que ele precisava era de algum direcionamento e perspectiva. Assim que Puck surgiu com a ideia de “Personal Pool Boy”, Finn encontrou motivação para pensar um pouco em si mesmo, porque essa história de dedicar a vida para a carreira de Rachel é o tipo de bobagem que nos faz detestar o personagem.
O “Dia de Matar Aula” acabou virando uma sequência, ao estilo videoclipe, que foi interessante. As comparações entre a montanha russa e o “Wheel chair-pipe” com Artie, Quinn e um monte de gente com deficiências, mostrou que todo mundo encontra uma forma de se divertir e de superar medos e desafios, mesmo que de forma não convencional.
Outro assunto de destaque é a gravidez de Sue Sylvester. Fiquei esperando a médica dizer que ela tinha que tirar a almofada da barriga, mas vão levar pelo menos esse tema a sério, já que Sue deve ter uma filhinha com síndrome de down. Por outro lado, é impossível não rir de cada fala da treinadora Roz, sobre o útero de Sue estar cheio de morcegos e sobre a possibilidade de ela parir um adulto que já sairá da barriga um advogado formado.
A participação de Matt Bomer, como Cooper Anderson também foi ótima. Impossível não ficar surtada com os olhos azuis do moço, que ainda por cima canta bem e acertou ao pegar o modo pedante que o personagem pedia. Acabei gostando muito da parceria dele com Darren Criss nas músicas e na dança, mas não consegui, em alguns momentos, deixar de lado a impressão de que eles eram ex-namorados, em vez de irmãos.
No final das contas, achei tudo o que ele ensinou em sua aula máster foi muito útil. Daqui para frente só vou falar apontando e gritando, ciente de que o próximo passo na minha carreira de atriz iniciante é ser um cadáver em alguma franquia de CSI.
P.S*Foi muito fofo ver Will e Emma apoiando Sue em sua consulta para saber o sexo do bebê.
P.S* E menino Samuel? Entrou em Glee para andar descalço e ter tantas aparições relevantes quanto Damian.
Músicas no Episódio:
“I’m Still Standing” – Elton John: Quinn (Dianna Agron) e Artie (Kevin McHale)
“Hungry Like The Wolf”/”Rio” – Duran Duran: Blaine (Darren Criss) e Cooper (Matt Bomer)
“Fighter”- Christina Aguilera: Blaine (Darren Criss)
“Up Up Up” – GIVERS: Quinn (Dianna Agron) e Artie (Kevin McHale)
“Somebody That I Used To Know” – Gotye feat. Kimbra: Blaine (Darren Criss) e Cooper (Matt Bomer)
Review feita pela Camila Barbieri
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