quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Kingdom - Primeiras Impressões

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Nem só de aplausos, o MMA existe e vive.

Colocando no centro da história conflitos de uma família de lutadores fora dos ringues, Kingdom, série de Byron Balasco produizda pela Directv Audience Network é um drama que passeia por um lado mais sombrio e nefasto do universo das lutas na ensolarada Califórnia.

Protagonizada por Frank Grillo na pele do atleta veterano Alvey Kulina, dono de uma academia outrora famosa e concorrida, mas hoje a beira da falencia e a relação simbiótica com o filho mais novo Nate[o jonas Brother Nick Jonas] e a beira do colapso com o mais velho Jay[vivido com entrega por Jonathan Tucker].

Há espaço ainda para um triangulo amoroso entre Alvey, a bela Lisa[Kiele Sanchez] e o boa-praça Ryan Wheeler[Matt Lauria].

Ryan era um aprendiz de Alvey, um lutador com talento nato mas que prejudica sua vida e a das pessoas mais próximas ao parar na cadeia por cinco anos, em especial sua noiva Lisa.

Nesse tempo, Lisa e Alvey se conectaram e quando Ryan é solto em liberdade condicional, uma avalanche de sentimentos volta á tona. Melhor, entra em deriva.

Mesmo sem elementos essencialmente originais, a falta de pretensão em ser uma mina de ouro faz da série uma boa pedida para quem gosta do universo de lutas, ou mesmo para leigos.

Com um passado e presente de drogas e libido, Jay é a análgama do irmão mais novo, o contido Nate. Muito fluido, o episódio-piloto de quase uma hora de duração se concentra em três tramas: a diferente relação de Alvey para com os dois filhos, a reticente reaproximação de Ryan ao sistema de lutas profissionais e um combate decisivo para Nate.

Repleta de simbolismo em cenas que podem passar batidas como o preconceito de detentos para se reinquadrar pós-pena[o agente de condicional de Ryan é mais hostil do que preocupado em o auxiliar a se restabelecer] e também a cena em que Nate corta o cabelo para ter mais garra. Aquilo foi um renascimento.

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A família Kulina, o problemático Jay na esquerda, no centro Nate a esperança da familia de regressar ao halla das conquistas e o patriarca Alvey, dono da academia Navy St. - popular recanto de atletas da California
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Em alguns momentos, este universo de tons mais escuros do que os holofotes brilhantes da fama e reconhecimento choca por ser cru.

Alvey hoje é um pai para pelo menos um dos filhos, antes ele era pior do que o pródigo Jay que leva a cena mais legal do piloto. A gente pensa que ele leva uma TV para vender para comprar drogas, mas dá o dinheiro para a mãe que é prostituta.

A vitória de Nate também é importante para dar um elemento de torcida para o público se identificar com o garoto bonzinho quase sem conflitos.

E quando no final ele é espancado, vítima de um erro comum a muitos praticantes de artes marciais, quando Alvey se defende com ousadia até demais de agressores, Kingdom estabelece uma construção não maniqueista de herois.

O segundo episódio já inverte um pouco a situação colocando um Ryan menos renascido e mais calculista. Nate se negando a falar do incidente do espancamento.

Alvey buscando se reconciliar com Jay e aceitando uma parceria de patrocinio que depende do retorno de Ryan. Lisa deixando claro que as portas para o ex não estão completamente fechadas. Alvey contando a psiquiatra seus medos, mas voltando a velhos hábitos.

E personagens conscientes de que não são perfeitas são os melhores para se acompanhar, seja qual for o contexto.

Essa ciencia de imperfeição aproxima os personagens do público. Com duas temporadas e mais uma temporada a caminho, a série esteve na lista das melhores estreias do ano de 2014 tanto para o público quanto para a crítica.

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