Orphan Black faz seguramente o melhor episódio da temporada e talvez o melhor da série.
Chegamos a metade da temporada e ao episódio mais poderoso possível que a série poderia realizar. Siobhan e contra a negociação com Susan que implica conceder sangue de Kendall a ela e Cosima acompanhar a pesquisa e ceder seus estudos com Scott e Delphine a Evie Cho.
A ação volta ao passado mostrando os eventos complementares a intrigante noite em que Beth disfarçada voltou ao apartamento com mãos sujas de sangue. Ela confrontou ninguém menos que Susan Duncan.
O romance inusitado com Ira pode ter acrescentado uma outra camada ao contrário da canastrice em essencia de Susan no QG com Rachel, mas ele não é a prioridade no acordo com o Clone Club.
A forma mais prática de fazer com que S. ceda ao acordo é revelar o câncer de Kendall[que surpreendentemente não é de pulmão e sim, leucemia como a senhora já havia revelado]. Krystal fica sob observação de Art depois que a malquinha tenta fazer uma ocorrência na delegacia, colocando a boca no trombone.
Graças aos acontecimentos centrais do episódio, vários clones não apareceram, mas foi totalmente válido. Sarah, como líder do grupo confronta Susan e Evie. Ela descobre que cada verme-robô tem uma funcionalidade especifica, assim como o seu está tentando tirar sua imunidade fora do normal, o de Leekie por exemplo era uma tentativa de anular o efeito de Alzheimer.
Cosima deduz que se searar as células cancerígenas de Kendall, só repassarão o genoma Leda e não o defeituoso Castor. A contida atuação de Ari Millen como o solícito Ira conseguiu imprimir uma atuação diferente fora do eixo militar que os outros clones masculinos foram restritos.
É a partir do confronto com Susan que a história de Beth completa as peças que faltam para o quebra-cabeça . Susan implora por sua vida numa cena convincente onde fala sobre erros e sobre o perigo que as pessoas queridas por Beth estão. E o sistema Hidra[mata uma cabeça, surge outra] que permeia as organizações por trás do experimento das clones.
Antes de chegarmos nos desdobramentos reais que fizeram por boa parte o sentimento agridoce que algo daria errado. Evie remove o verme de Sarah com o apoio de Cosima. Felix reencontra Krystal que após uma crise de confiança joga gás lacrimogêneo na cara dele. O alívio cômico vem dessas interações e só. O foco do episódio é claramento ser tenso.
Kendall é interceptada e todos os olhos apontam para Ira. Sarah encontra o clone a beira da morte por uma aparente overdose de medicamentos. Susan jura não ter feito nada e realmente ela não fez.
Um vírus fortissimo começa a anular os terabytes da pesquisa de Cosima no QG. É quando a verdade bate a porta. Evie é a mente maligna por trás do sequestro e das conspirações para assumir o poder caso Susan fosse pro saco. E convence como vilã, podemos dizer isso.
Mancomunada com o agente Duko, ela permite uma rápida ainda sim tocante despedida entre Kendall e Cosima. Duko mata a mãe de Siobhan, incendiando o corpo dela, destruindo as evidencias biológicas que poderiam permitir avanço na confecção de uma cura. Evie também revela a morte de Delphine. Mais um golpe para Cosima.
Manipulando Beth até ser confrontada por ela após liberar Susan. Beth foi a primeira a conhecer a identidade da grande jogadora por trás dos jogos de poder das organizações ligadas á pesquisa. Ela não mata Evie claramente, mas indignada esmurra a cara da baranga[que deve ter usado um verme-robô para reconstruir a face isso sim] que lhe deixou diante de um impasse.
Beth sabia demais, mesmo assim a avalanche de conexões para proteger, foi a razão da clone tirar a própria vida e até muda a profundidade da despedida com Mika que revemos.
Isso muda completamente a imagem obvia do suicidio, pressão psicológica, não ter suportado a barra, etc. Beth se sacrificou, foi o escÂndalo de altruísmo do título do episódio e a mais profunda integrante do Clone Club.
Mesmo com um gosto agridoce, a conclusão de sua trajetória é recompensadora e eleva o episódio como o melhor não só da temporada, como o da série até agora. Agora a série se volta para uma nova direção e valeu a espera por conhecer a verdadeira Beth Childs.
Na mesma proporção de golpe agridoce a perda de Kendall, sentida primeiro por Cosima(Tatiana Maslany e as premiações de 2016, será que vai?). Mesmo morta, a personagem libera últimas palavras fortes 'não chore, Cosima, essas pessoas não valem o sal'.
A morte da mãe de S. é triste e desesperançosa, mas necessário para a progressão da história. Golpes fortes demais mas que apesar de colocarem o Clone Club no fundo do poço, agora ele só pode se levantar.
The Scandal of Altruism foi uma aula de roteiro de drama, suspense e ficção, além disso foram quarenta minutos turbinados, encerrando um ciclo e iniciando outro.
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