Nove pessoas foram mortas a tiros na quarta-feira passada durante uma reunião de oração na Igreja Metodista Africana Emanuel em Charleston, Carolina do Sul.
Ao contrário do que aconteceu em outras cidades onde brancos mataram negros recentemente, a população local não saiu pelas ruas saqueando nem protestando contra a polícia e o governo.
Apesar das muitas expressões de tristeza, fé e gratidão são os sentimentos predominantes naquela cidade. No sábado uma multidão já percorria as ruas com cânticos evangélicos e muitas orações.
A reportagem da CNN mostrou que enquanto os parentes das vítimas estavam no tribunal perdoando o assassino, centenas de cristãos se reuniam na igreja para orar do lado de dentro e de fora.
O terrível crime, que segundo o assassino deveria iniciar uma “guerra racial”, acabou resultando em avivamento. As diversas igrejas de Charleston fizeram vigílias, diversos cristãos de outras partes do país foram para lá e literalmente o final de semana foi um culto a Deus contínuo.
Centenas encheram os bancos da igreja Emanuel e quando o pastor Norvel Goff abriu o culto, deixou algo bem claro. “As portas da igreja ainda estão abertas. Nenhum malfeitor, nenhum demônio no inferno ou na Terra poderá fechar as portas da igreja de Deus”.
Eles cantaram hinos, oraram e lembraram dos nove membros da igreja mortos dentro do templo. Vencer o mal com fé em Deus foi o principal do culto.
“É pela fé que nós estamos aqui em pé e sentados”, desabafou Goff. “Tem sido difícil. Alguns de nós estão claramente consternados, mas apesar de tudo Deus tem nos sustentado.”
O pastor pregava enquanto parte da congregação se levantava e aplaudia. “Muita gente esperava que fossemos fazer algo estranho e causar um motim. Bem, eles simplesmente não nos conhecem. Mostramos ao mundo como nós podemos nos unir e orar e tratar o que precisa ser tratado”.
Goff também se referiu ao fato de parte da mídia ter questionado como membros de todas as famílias das vítimas falavam de perdão diante do ocorrido. Ele resumiu: “São adoradores com uma fé inabalável em Deus. Membros dispostos a mostra o que é amar ao nosso próximo como a nós mesmos”.
Autoridades como o governador Nikki Haley, estavam presentes no culto, além do senador Tim Scott e do prefeito de Charleston. Também havia policiais uniformizados e à paisana, caso houvesse qualquer manifestação contrária.
Mas do lado de fora do templo estava uma pequena multidão de brancos e negros ouvindo o culto através de alto-falantes, uma vez que a igreja estava lotada. Alan Berardo, que estava com sua família na rua, disse à CNN: “Estamos aqui hoje na igreja com Deus e com nossos irmãos, porque todos [brancos e negros] temos o mesmo Deus”.
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