Mais uma lição da semana.
Glee continua sua sexta temporada destinada a colocar a história nos eixos ou pelo menos se despedir tentando. Como era feito com Will, Rachel e Kurt decidem dar para os novatos uma semana de mash-ups de Alanis e Carole King com canções de dois álbuns icônicos.
A coisa é um subfúrgio descarado para ver que na prática Kurt e Rachel não conseguem desempenhar bem o papel de dupla. Um interrompendo o outro e discordando em tudo foi visível.
Como desde sempre Kurt nunca foi um dos meus preferidos, não me agradou nem um pouco por mais que a música estivesse ok os olhares de cão abandonado dele e de Blaine. Por mais que seja quase óbvio que em poucos episódios os dois vão voltar, seria bacana deixar as coisas menos previsíveis.
Becky chama a atenção de Quinn e Tina para a visita de seu namorado bonitão, o que pega Sue de surpresa pois ela se importa demais com Becky para vê-la ser abusada de alguma forma. Uma trama bacana e ousada sem polemizar em extremos da forma que só Glee consegue fazer.
Além do apelo real da quebra de preconceito contra portadores de Síndrome de Down, faz parte do coração da série a celebração ás diferenças. Se por sua vez, a trama de Becky tinha viés dramático, a mocinha não perde uma boa tirada como chamando Quinn de Kitty e de outros nomes feios.
Santana e Brittany como parte central desse levante de bandeiras de inclusão foram vitais no pedido de casamento com direito a recalque de Kurt e Santana o colocar em seu devido lugar. Melhor, ela o esculachou pelo ataque de pelanca que não parou aí, o episódio valeu também por isso. Adorei as palavras dela. Peninha, haters.
Spencer não aceita que Beiste não o reposicione para zagueiro e faz fofoca para Sue. O rapaz pode ser promissor, mas depois de tantas Cheerios terem sido por Sue de modo infiltrado, mesmo o rapaz não sendo cheerleader soa dessa maneira. Mesmo assim o personagem promete.
Spencer acredita que Beiste esteja em alguma besteira, já que Sam vem assumindo muitos treinos. A treinadora se justificou avisando que ficou com caganeira crônica. Spencer informa Sue que viu Beiste com figurino de caminhoneiro e tomando remédios e ela vem gritando com muita facilidade, ele sugere o nome de Sam para assumir o treino do time, mesmo dizendo que gosta de Beiste.
Ela pode ter falado duas vezes só, mas a presença de Tina depois de ter sido excluída do time Nova York foi válida, mesmo sendo xingada e chamada de roliça, ela e Quinn se preocuparam com o bem-estar de Becky.
Brittany pede que Kurt siga em frente pois Blaine e Dave estão morando juntos agora. Todo o discurso cagazoide de Brittany lembra como o ludismo da personagem sempre funcionou como um alívio cômico. Uma das perdas que a quinta temporada teve de maior.
Darrell, o namorado de Becky parece boa pessoa e enfrenta um interrogatório misto com direito ao retorno de Nene Leakes e sua Roz de língua mordaz. A Sue Nega.
Mason e Jane cantaram e arrasaram(mesmo Kurt chatíssimo colocando aspas), mas lado a lado com o trabalho fenomenal da trama de Becky, devemos aplaudir de pé o trabalho de Dot-Marie Jones como Shannon Beiste. Sua jornada de aceitação, sua mentira sobre um câncer e posterior desabafo a Sue entregou mais uma atuação digna de Emmy da atriz.
Espero de coração que a indicação e a vitória venham com a coragem que tiveram em introduzir Beiste a um personagem transgênero. Diz muito sobre o que a personagem é e sempre foi com sua aparência excêntrica. Beiste sempre foi mulher, mas nunca se aceitou por completo no pacote mulher.
Me incomodei somente com a insistência em promover Kurt e Rachel como a melhor dupla do mundo. Fica inverossímil, pois todo mundo vê isso, menos Rachel e os roteiristas de Glee. Mas por Becky, por Beiste e todos os outros, o episódio valeu a pena. Isso inclui e muito a querida Jane Lynch, versátil como Sue Sylvester exige que ela seja, convencendo como canastrona tirana e emocionando como grande educadora.
Músicas do episódio:
It’s Too Late - Carole King: Kurt Hummel & Blaine Anderson
Hand in My Pocket/I Feel the Earth Move - Alanis Morissette/Carole King: Santana Lopez & Brittany Pierce
Will You Still Love Me Tomorrow/Head Over Feet - The Shirelles/Alanis Morissette: Jane Hayward & Mason McCarthy
So Far Away - Carole King: Quinn Fabray & Tina Cohen-Chang
You Learn/You’ve Got a Friend - Alanis Morissette/Carole King: Rachel Berry, Santana Lopez, Brittany Pierce, Quinn Fabray, Kurt Hummel, Noah Puckerman, Tina Cohen-Chang, Mason McCarthy, Madison McCarthy, Jane Hayward e Roderick
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