A vida segue.
Toda célula do corpo humano se regenera em média a cada sete anos. Como cobras, da nossa maneira nós mudamos de pele. Biologicamente somos novas pessoas. Podemos parecer os mesmos, provavelmente somos. A mudança não é visível, pelo menos não para a maioria. Mas todos mudamos, completamente. Para sempre.
Quando dizemos coisas como ‘as pessoas não mudam’... deixamos os cientistas loucos, porque a mudança é literalmente a única constante da ciência. Energia. Matéria. Estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, crescendo, morrendo. O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos. Como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nessa vida é permanente. A mudança é constante. Como experimentamos a mudança é que depende de nós. Pode parecer a morte ou uma segunda chance na vida. Se relaxarmos os dedos, nos desapegar, irmos em frente, pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance na vida. Como se a qualquer momento, pudéssemos nascer de novo!
Depois do fôlego retomado após a sensacional sexta temporada, Grey's Anatomy desdobra os acontecimentos do finale e continua numa maré de momentos muitos bons.
O episódio acompanha as consequências do massacre que faz dezoito vítimas(sendo onze fatais) no Seattle Grace Mercy West. Uns como Alex reafirmam sua personalidade para se defender do trauma, outros desenvolvem sequelas(temporárias ou não) como Lexie que fica com um distúrbio de sono.
Bailey é enfática: aquele foi o pior dia de sua vida. Mas é uma pena que no meio das férias de emergência na casa dos pais, seu namoro com Ben tenha chegado ao fim.
Derek retorna ao hospital com honras, mas de tão atordoado é preso diversas vezes por acelerar demais. Tentando perder sua vida, depois disso quase ter acontecido? O neurocirurgião renuncia ao cargo de chefe e passa a bola de volta para Webber. Até dancinha pra comemorar, rolou.
Meredith e o maridão divergem sobre ele voltar a operar sem a liberação proscrita. Outra que ficou bem traumatizada com os eventos que se sucederam no tiroteio foi Cristina Yang. E isso é uma vitória, justamente por não deixar de ser compreensível. Após cinco temporadas sendo casca grossa, Yang agora tem mais coisas na sua vida, coisas maiores que fazer uma cirurgia atrás da outra.
Seu medo de operar após ter tido a vida do homem da amiga nas suas mãos, deixa Cristina ainda mais humana. A parte non-sense vem com April ser confundida com a amiga morta Reed na cantina. Lexie deixar de ser loira como parte do trauma do tiroteio. Meredith sugere que ela e Cristina vendam pipoca com ela num cinema.
Teddy se recuperou do triângulo com Owen e Yang e fica radiante com um novo homem na jogada. Por sua vez, a própria Cristina redimensiona seu namorico com o ruivo ao partir para um casamento.
Callie e Arizona...bom, estão na delas e o drama de aumentar a família está em off por enquanto.
Sobreviventes da fusão com o Mercer, Jackson e April são parte do elenco fixo: o que pode ser uma adição interessante. Os dois mostraram pouco para serem 'promovidos'. Vamos ver no que vão somar. A amizade de Arizona e Teddy também é interessante.
Derek deixa claro ao terapeuta que decidiu agir mais e pensar menos, por isso renunciou. Alex é liberado e tripudia dos colegas sendo o patife de sempre. Meredith se remói pelo aborto que sofreu ao retirar uma bala de Owen. Isso pode dar pano para manga.
Meredith acha que Yang está querendo se casar com Owen como uma reação ao trauma. A amiga diz que ela precisa contar a Derek sobre o bebê.
Bailey e Ben conversam e terminam de vez, já que ela precisa juntar os seus cacos. Uma grande pena. O casamento de Cristina e Owen acontece e espero que seja para o bem de ambos. Uma premiere que foi sensível sem chocar e sem forçar a barra.
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