sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Helena Tannure - Várias histórias, múltiplos milagres de Deus!




Helena Tannure reservou um tempo na ocasião em que se preparava para gravar a voz da Bia no projeto Crianças Diante do Trono 2012, intitulado “Davi”, para nos conceder uma entrevista. A pastora e ministra de louvor que integrou o grupo Diante do Trono por 13 anos, compartilha algumas das várias histórias do Ministério que a marcaram profundamente. Como ela mesma diz, vale destacar algumas, fruto de experiências pessoais como também que envolvem todo grupo. Histórias essas que refletem a missão e o empenho do Diante do Trono, nesses 15 anos, em cumprir o “Ide” de Jesus. Confira!
“Manancial”: uma canção que restaura famílias para a glória de Deus
“Lembro-me de uma vez que nós descemos no aeroporto de Londrina, no Paraná. Era uma das primeiras viagens do Diante do Trono como ministério de louvor. Tínhamos acabado de gravar o CD ‘Exaltado’ e íamos a Londrina ministrar em um ginásio da cidade. Quando descemos no aeroporto, a Ana Paula Valadão foi abordada por um casal que tinha tido o casamento restaurado por meio da música ‘Manancial’. Eu estava ao lado dela e ouvi o relato do casal sobre a separação e que o divórcio era algo iminente, quando eles foram ministrados por essa canção e aquilo reconstruiu o casamento deles. Naquele dia foi a primeira vez que tive uma noção do que Deus podia fazer por meio daquelas canções, justamente ‘Manancial’ que era uma música que já tinha ministrado tanto a minha vida. Quando ouvi ‘Manancial’ pela primeira vez, fui fortemente impactada. Eu sabia que não era uma canção qualquer, ela vinha com um ‘DNA do céu’, tinha alguma coisa celestial nela, não era apenas poesia. Era uma oração poderosa: ‘Eu quero ser como um jardim fechado, regado e cuidado pelo Teu Espírito.’ Não tem uma oração como essa que passa despercebida aos ouvidos de Deus. Quando eu ouvi aquele primeiro relato, em uma das primeiras viagens do Diante do Trono e já aquele relato tão forte de um casamento reconstruído, de uma família que não foi abatida, uma família que foi resgatada, remida, por meio daquela música, caiu a ficha. Entendi que Deus tinha mais para fazer. Mal sabia que eu mesma ia ser uma pessoa resgatada pelas canções do Diante do Trono.”
O fluir do Rio de Deus: de dentro para fora!
“A experiência mais forte que vivi como parte do Diante do Trono foi a minha própria história de libertação. Eu já era do Diante do Trono, eu já amava o Senhor, eu já cantava no louvor na igreja há muito tempo. Mas no acampamento que participamos no feriado de Carnaval, no ano em que nós gravamos ‘Águas Purificadoras’, Deus falou para pararmos, nos retirarmos da cidade para buscarmos a face do Senhor, estratégias e direção para aquilo que Ele iria fazer. Naquele acampamento eu tive um encontro maravilhoso com o Senhor e não dá para descrever o que aconteceu naqueles dias. Embora eu conte muito sobre isso, já contei no meu livro – “Da Janela ao Monte” –, já contei em ministrações no Congresso Internacional de Louvor Diante do Trono, só eu sei o que aquele encontro com o Senhor provocou em minha vida, só eu sei… Eu virei outra Helena, outra pessoa. Deus me fez de novo. E as músicas do DT eram as que cantávamos naquele acampamento. Lembro-me que cantávamos muito a trilogia das águas: ‘O Cheiro das Águas’; ‘Águas Purificadoras’; ‘Há um bálsamo em Gileade’, do CD ‘Águas Purificadoras’. Eu me lembro que cantávamos muito aquelas canções e nós fomos os primeiros a serem abençoados. Não só eu fui marcada naquele acampamento, mas todo o Diante do Trono. Quando subimos ao palco naquele ano para gravar o CD estávamos cantando aquilo que tínhamos vivido, a cura que tínhamos experimentado. Por isso teve um impacto tão forte. Aquele CD até hoje promove cura. Uma dessas histórias de cura é a de uma mãe que tinha um bebê com diagnóstico de Síndrome de Down desde o ventre. A mãe era médica e aconselhada pelos colegas ao aborto, que afirmavam que ela não podia ‘colocar uma criança desse jeito no mundo’, já que como médica ela sabia melhor do que ninguém das limitações que uma criança assim poderia ter. Na gravação do CD ‘Águas Purificadoras’, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, ela colocou as mãos sobre o seu ventre e ministrou sobre o bebê com diagnóstico firme de Síndrome de Down. O bebê nasceu e a Síndrome de Down já não estava mais nele.”

Nada pode nos separar do amor do Senhor
“Na época em que eu lia as cartas do Diante do Trono e também apresentava o quadro ‘Você Diante do Trono’ ao lado da Ana Paula, vários testemunhos marcaram profundamente a minha vida. Eu posso destacar um de um homem que ia se matar. Ele havia decidido se matar e foi para a linha do trem. Ele sabia o horário que o trem passava, se levantou, foi para lá e se deitou na linha do trem, só que naquele dia o trem não passou. E ele ficou irritado pensando: ‘Eu não consigo nem morrer?’. Naquele momento, ele começou a escutar uma música ao longe, muito longe. E a música dizia: ‘Existe um Rio, Senhor, que flui do Teu grande amor [..].’ E ele se levantou dos trilhos e foi seguindo a música. Chegou em uma igreja, entrou e ali rendeu sua vida a Jesus. Isso não tem valor que pague. Histórias de pessoas que foram salvas da morte, famílias que foram restauradas e tantas outras, não têm preço.”

“Quero me apaixonar”: uma canção que resgatou vidas para a glória do Pai
Uma história que me marcou muito foi a da Vitória Emanuele, uma menina que perdeu a mãe assassinada quando ela era muito nova, ainda criança. Quando escreveu para o quadro ‘Você Diante do Trono’ contando sua história, ela tinha apenas oito anos e o irmãozinho, Vítor Emanuel, seis anos. A carta era cheia de desenhos de coraçãozinhos e a letra bem de criança. Uma menina muito sofrida, mas que conheceu a Deus. Ela era firme mesmo com uma história tão triste. E naquela carta ela contou que a mãe foi assassinada quando eles estavam voltando da igreja. O pai entrou em desespero e começou a beber sem parar. O pai chegava embriagado e batia nela que já estava dormindo. Batia e depois ia até a cama do irmão e batia nele também. Ela começou a perceber que isso era uma rotina, então, quando acabava de apanhar, o pai saía do quarto e ela trocava de lugar com o irmão sem que o pai percebesse. Ele batia sem tirá-los debaixo da coberta, por isso ela trocava de lugar com o irmão e apanhava no lugar dele. Um dia ela ganhou o CD ‘Quero me Apaixonar’ e quando chegou em casa  começou a ouvi-lo e adormeceu. Acordou com as lágrimas e soluços do pai que estava ouvindo aquela música. E a música dizia assim: ‘Tenho saudades, saudades de Ti…’ e ele a abraçou chorando muito, dizendo: ‘Eu quero me apaixonar por Deus. Eu quero me apaixonar.’ Ela chamou o pai para ir à igreja porque ela e o irmão iam com a mãe, e foi assim que eles tinham conhecido o Senhor. Ele falou que queria ir à igreja. Ele foi, aceitou Jesus, foi batizado e um mês depois do batismo, faleceu. Ela não conta na carta se ele morreu de causas naturais, se foi assassinado, o que houve. Só sei que ela estava sozinha com o irmão, morando com a tia e diante de situações como essa normalmente pensamos que ela devia estar arrasada. Mas não, ela só glorificava a Deus porque dizia que o pai dela havia sido salvo por meio do CD ‘Quero me Apaixonar’.”

Deus é quem faz
“Há mais de um ano eu saí do Diante do Trono. Por onde passo ouço novas histórias de cura, restauração de famílias, transformação de vidas e milagres que aconteceram por meio dos CDs 3, 4, 5 e 6. Acho que foram os álbuns que mais escutei testemunhos. Isso tudo faz com que olhemos para trás e pensemos: ‘Meu Deus, só o Senhor poderia ter feito tudo isso.’ Às vezes as pessoas falam assim: ‘Ah, vocês são muito espirituais, vocês são os caras, o que vocês fizeram para serem assim?’ Mas olhando para nossas vidas a única coisa que posso dizer que nós éramos sedentos. Eu posso dizer pela Ana Paula, que ela era sedenta e obediente. Ela obedeceu ao chamado, a convocação de Deus para sua vida e nos ensinou a fazer o mesmo. Deus fez e não foi por nossa causa. Ele fez porque Ele é Deus, Ele tem seus planos, e a gente sabe que isso não tem nada a ver conosco, tem a ver com quem Ele é. A glória é toda Dele, a honra é toda Dele. Que grande privilégio ser esse vaso de barro e saber que a minha voz de alguma forma contribuiu para fazer o que Deus queria fazer. Quem ganhou mais nessa história toda fui eu, de poder ver o que Deus fazia nas ministrações, nas viagens. Algumas pessoas, às vezes, chegavam nas ministrações com a motivação errada, totalmente torta. As pessoas chegavam com aquele espírito de ‘tiete’. Não é porque as pessoas são más, mas porque não foram ensinadas, então, na cabecinha delas, elas pensam: ‘Antes eu corria atrás do ídolo popular, agora eu corro atrás do ídolo gospel.’ Com afetos tortos, histeria. Mas víamos o quadro mudando quando começava a ministração. Sabíamos que desapareceríamos e era Deus ali ministrando nas pessoas e as pessoas recebiam. Mesmo que elas tivessem chegado ali com uma motivação errada, Deus virava tudo e quando a glória de Deus vinha não tinha para ninguém. É Ele e Ele só.”

A presença de Deus manifesta
“Em uma ministração em Santo André, São Paulo, eu estava grávida da Sofia de oito meses e minha barriga já estava bem grande. A gente começou a ministrar e foi uma intensa presença de Deus que se manifestou naquele lugar. Começou a chover. E as pessoas começaram a se ajoelhar, elas não estavam se importando se estava chovendo ou não. Elas começaram a se ajoelhar. Víamos umas clareiras no meio do povo e pensávamos que as pessoas estavam indo embora, mas na verdade elas estavam se ajoelhando. Lembro-me que uma característica que me chamou muito a atenção nessa ministração é que nós ficamos ‘bêbados’ no Espírito, todo mundo ficou. Parece que tudo desapareceu, tudo ficou pequeno diante da presença de Deus. Naquele momento não nos importamos com a roupa, com o microfone, com a qualidade do som, estava todo mundo deitado no palco, prostrado. Meu marido é um homem muito reservado, e eu sei que quando o Espírito Santo move com ele tem que pegar pesado porque ele é muito tímido, reservado, sério, então, não é qualquer emoção que leva o João. Tem que ser uma manifestação não da emoção, mas do próprio Espírito de Deus. Nesse dia eu estava prostrada, deitada de lado no palco porque a minha barriga já estava muito grande e eu estava leve, uma alegria enchia meu ser, queria rir e brincar. Eu não pensava em mais nada, só pensava no Senhor. Abri os olhos e vi meu marido, ele estava em uma posição totalmente engraçada, deitado de barriga para cima, com as pernas flexionadas e com as mãos para o alto e eu falei: ‘É Deus, só o Senhor faz isso com o João Lúcio.’ A Ana começou a cantar de uma forma tão engraçada, ela estava totalmente ‘bêbada’ no Espírito também. A chuva caía e o povo nem ligava, desaparecemos, o povo desapareceu e só a presença de Deus era percebida. Recordo-me que quando estávamos indo para o local da ministração eu estava com muita expectativa pela presença de Deus. Eu ficava assim no caminho: ‘Vem Deus, vem, Senhor, eu quero a Sua presença. Eu não quero o povo cantando, dançando, eu quero só a sua presença.’ E eu comecei a cantar dentro do ônibus: ‘Espírito do vivo Deus manifesta o Teu poder, revela o peso da Tua glória.’ Que era uma música que o backing vocal do DT participou em um CD do Paul Wilbur. O vocal todo começou a cantar: ‘Vem com o peso da Tua glória nos cobrir, flua o Rio de vida aqui.’ E o Senhor atendeu o clamor da nossa canção. O Rio de vida veio de uma maneira que nunca mais vou me esquecer.”

Distante de Ti, Senhor, não posso viver!
“Uma viagem que também não vou me esquecer foi a que fizemos a Londrina. Era a segunda ou terceira vez que íamos a Londrina. Nessa viagem, uma série de coisas importantes aconteceram. Londrina foi um lugar que marcou muito a nossa vida. Tinha um fluir de Deus ali naquele lugar. Em uma das ministrações que fizemos lá, a glória de Deus encheu aquele lugar e todo mundo saiu correndo no palco. Uma experiência pessoal que também tive em Londrina foi quando estávamos passando o som no palco e a capela começou a cantar: ‘Preciso de Ti, preciso do Teu perdão…’. Parece que alguma coisa tocou dentro de mim, dizendo: ‘Presta atenção.’ Nós estávamos conversando, esperando a Ana passar o microfone dela e eu comecei a ouvir aquela música: ‘Distante de Ti, Senhor, não posso viver, não vale a pena existir…’. Eu pensava que música era aquela, que música linda, que música maravilhosa. ‘Meu Deus, essa música é a que eu quero cantar hoje. É o clamor da minha alma hoje’, pensava intimamente. As músicas do Diante do Trono vêm com isso. Lembro-me que a minha libertação começou com a música ‘Quero Ser’, do CD ‘Exaltado’. Parece que a Ana colocou na música tudo que eu queria falar para Deus, mas não achava as palavras certas. Aí ela achou e me emprestou: ‘Toma, é isso aí que Deus quer que você ore.’ Naquele dia, no anseio que eu estava da presença de Deus, da dependência de Deus, da consciência de que não era nada sem Ele, aquela música (Preciso de Ti) teve um segundo impacto, assim como aconteceu com a canção ‘Quero Ser’, do CD ‘Exaltado’. Quando ela acabou de passar o som, eu falei: ‘Ana, que música é essa?’. E ela falou assim: ‘É nova.” Era a primeira vez que ela estava cantando assim para nós, nem os músicos ainda conheciam. Falei assim: ‘Ana, que música linda, que música linda.’ E a letra da música não saía da minha cabeça: ‘Distante de Ti, Senhor, não posso viver, não vale a pena existir [...].’ E aquilo tomava o meu coração e eu falei com a Ana quando nós entramos no ônibus: ‘Canta essa música para mim de novo, por favor, canta essa música.’ Virei para trás no ônibus e ela começou a cantar. ‘Distante de Ti, Senhor não posso viver [...].’ Comecei a chorar e eu falava para ela cantar novamente. E ela ria e foi cantando. Na verdade, ela foi ministrando ao meu coração. E eu pensando: ‘Que música linda, que música perfeita’, e fui com essa música no coração para casa. Não sabia ainda cantar direito, então, cantava do meu jeito, misturava tudo, mas a frase que ficou mais marcada no meu coração foi: ‘Distante de Ti, Senhor, não posso viver, não vale a pena existir.’ Eu ficava com aquilo na cabeça. Cantava aquilo mesmo trocando as notas. O tempo passou, a Ana ensinou a música para todo mundo e quando foi dividir o backing vocal, o Max e a Ana falaram: ‘Nós vamos fazer um trio no início dessa música.’ E quem ia fazer o trio? A Ana, Helena e o João. E qual parte que eu entraria? Eu entrava justamente fazendo dueto com a Ana em ‘Distante de Ti, Senhor, não posso viver, não vale a pena existir’. Fazer parte daquele trio foi um presente de Deus. Se na história toda do Diante do Trono eu não tivesse feito nenhum solo, aquele trio teria valido a pena, seria a minha realização particular porque Deus sabia o que aquele trecho significava na minha vida.”

Paz no coração e muitas lágrimas nos olhos
“O Diante do Trono ia gravar o CD ‘Nos Braços do Pai’, em Brasília (DF). Eu estava grávida da Sophia de quase oito meses e nós viajávamos muito naquela época. A pedido da Ana, fomos todos para a Esplanada dos Ministérios orar um mês antes da gravação. Lá fizemos uma roda de oração, demos as mãos e cantamos ‘Tua Chuva’. A Ana disse que era para nos espalharmos, cada um ir para um lugar e profetizar, pedindo que Deus viesse sobre aquele lugar fazendo o que só Ele pode fazer e levando as pessoas que Ele desejasse levar para a gravação. Eu me sentei porque já estava com a barriga bem grande e o Senhor falou comigo: ‘Você não vem na gravação.’ Eu comecei a chorar. Falei assim: ‘Oh, Deus, não faz isso comigo não. Eu quero vir na gravação.’ E o Senhor disse assim: ‘Canta o que eu estou colocando no seu coração.’ E a música que Ele estava colocando no meu coração era ‘Os meus sonhos te dou, os meus planos, meu querer, deixo em Teu altar [...].’ Que é uma música que gravaríamos dali a um mês. Eu comecei a cantar: ‘Não posso mais viver para mim mesmo.’ Cantei, coloquei diante do altar. E pensei assim comigo: ‘Ah, estou sendo tão boazinha, eu estou obedecendo. O Senhor mandou eu cantar e eu cantei. Ele pediu o Isaque, mas Ele vai prover o cordeiro.’ Minha data de parto estava marcada para 24 ou 25 de julho. A gravação seria no dia 13 de julho. Meus três primeiros filhos atrasaram, então, pensava que ia dar tudo certo, que ia dar para eu ir para Brasília e não ia ter problema. Naquele dia, naquela ocasião que eu estava sentada no gramado, comecei a observar o pastor André Valadão. Ele estava ministrando conosco e saiu correndo na Esplanada dos Ministérios. O André não era um esportista, não era um atleta, ele até reclamava que qualquer coisa ele estava cansado naquela época. Mas ali na Esplanada ele corria de uma maneira tão intensa, ele deu um pique e eu sabia que não era uma corrida natural. Ele correu até sumir dos meus olhos. Estávamos bem em frente ao Congresso Nacional e ele foi correndo até desaparecer dos meus olhos. Pouco tempo depois o André voltou correndo. Quando ele voltou a sensação que veio ao meu espírito é que vinha um exército correndo atrás dele. Um exército de anjos se posicionando na Esplanada dos Ministérios. Mas foi uma ‘piração’ e eu arrepiava, arrepiava e olhava o André correndo e o exército de anjos correndo com ele, mas se posicionando, ficando ali no caminho, até ele chegar. Fiquei muito impactada com aquilo, pois eu nunca tinha tido uma experiência daquele tipo. Um dia antes da gravação fomos ao médico de manhã, na sexta-feira. A médica me liberou para ir para a gravação, ela explicou que da maneira que estava o colo do útero podia nascer naquele dia como dali a 15 dias. E ela me perguntou o que eu escolhia. Eu disse que escolhia ir porque só um parto seguraria meu esposo aqui. Então, eu preferiria que a Sophia nascesse em Brasília do que nascer sem a presença do pai. Porque o João acompanhou todos os outros partos. O João apoiou a ideia. A minha médica me orientou a ir direto para o hotel e não passar o som, ir direto para a gravação. Inclusive, o DT fez uma coisa muito linda, eles compraram a passagem para levar a minha médica comigo. Nunca mais vou me esquecer disso. Ela não podia ir porque tinha outras mães em iminente possibilidade de parto, mas esse gesto do DT nunca mais vou me esquecer. E nós fomos para casa. Arrumamos tudo, levamos a malinha da maternidade pronta, nomes de médicos em Brasília, e duas horas antes de irmos para o aeroporto, a bolsa rompeu. Ao invés de eu ir para Brasília, fui para a maternidade ganhar a Sophia. Foi lindo e foi triste. Ao mesmo tempo em que estava vindo a minha Sophia para a vida, eu também não estava participando de um projeto do DT. E o Senhor cumpriu a Palavra Dele de que eu não iria para a gravação. Eu tinha uma paz muito grande, a que excede todo entendimento. Porque eu sou muito emocional, então, era para eu ficar triste, chateada, mas não foi isso o que aconteceu. Tinha uma certeza, uma paz no meu coração e muitas lágrimas. E o Senhor falava comigo: ‘Você não precisa aparecer no DVD para fazer parte dos meus projetos.’ Ali naqueles dias eu aprendi mais de Deus do que nos meus 10 anos de gravação. Aprendi que o Senhor não se importa muito com a performance, é importante, claro, os DVDs são instrumentos, ferramentas nas mãos do Senhor, mas o que torna tudo diferente, são os corações por trás das lâmpadas, das cores, das roupas bonitas, são os corações. É o propósito de Deus para atingir as pessoas é o que conta. E para isso acontecer eu não preciso estar no palco. Lá do quarto da maternidade, quando estava começando a gravação, a Sophia no nosso meio, começamos a orar pela gravação até a hora que ela terminou. O João também me deu a maior prova de amor porque ele podia ter ido, mas ele escolheu ficar comigo. Ele teve raras oportunidades de fazer parte de trios, solo, dueto e naquela gravação ele tinha um trio na canção ‘Nos Braços do Pai’, com o André e o Max. Mas Sophia estava nos braços do pai.”

Não caminhamos por vista
“Tive uma história muito forte com o CD ‘Quero me Apaixonar’. Foi um projeto que eu mergulhei profundamente nele. Lembro-me que Deus requereu de mim uma separação para esse projeto. Comecei a orar como nunca tinha orado antes e depois nunca mais orei do jeito que orei e me consagrei pelo ‘Quero me Apaixonar’ naqueles dias. Sempre fui uma pessoa que gosta de se arrumar. E 40 dias antes da gravação senti no meu coração de fazer um propósito diante de Deus de não me arrumar, não me maquiar, não pintar as unhas e os cabelos, não fazer escova, usar camiseta e calça ou saia jeans sem nenhum adorno, acessórios, nada. Eu só passava o protetor labial por causa do ressecamento que tive e utensílios de higiene. O jejum não muda o coração de Deus, o jejum muda o nosso coração. E aquele propósito me afinou com Deus. Comecei a fazer um propósito de todas as quartas-feiras reunir um grupo lá em casa. Como era a tarde, pouquíssimas pessoas puderam participar e no final estava só eu e o João juntos. Mas naqueles dias Deus me levava a clamar profeticamente de uma maneira que nunca experimentei nem antes nem depois. Talvez eu tenha experimentado algo semelhante na gravação ‘O Poder da Aliança’, da Pra. Ludmila Ferber. Eu fui para assistir e Deus falou comigo: ‘Vai para o joelho.’ E eu experimentei naquelas horas de gravação o que eu experimentava na sala da minha casa orando pelo Diante do Trono e pela gravação do ‘Quero me Apaixonar’. Eu não sabia porque, mas o Senhor me levava a um clamor de arrependimento. Como Diante do Trono eu só pedia perdão. Eu não sabia o motivo, mas acho que até a eternidade eu já pedi perdão. Eu não sei a razão, mas eu sei que onde há arrependimento a glória de Deus vem. Às vezes vínhamos com a listinha de motivos de oração, mas quando eu começava a orar vinha novamente o clamor, o gemido de arrependimento. E não acontecia só comigo, também acontecia com o João e com as pessoas que foram lá em casa. Não entendíamos nada, mas orava porque era naquela direção que Deus estava me levando. Foi tremendo! Fomos para a gravação e ocorreram muitos problemas, muitas lutas, mas fomos. Gravamos o CD ‘Quero me Apaixonar’. A sensação que eu tive no ‘Quero me Apaixonar’ é a mesma sensação que tive no ‘Preciso de Ti’, de que nada estava acontecendo, porque não víamos nada acontecendo. No ‘Águas Purificadoras’ a unção era tão presente que parecia ser palpável, pesada. A gente ficava extasiado. No ‘Preciso de Ti’ não experimentei isso, mas me veio uma convicção, eu me lembro que quando acabamos de gravar o CD, no ônibus, mais uma vez, eu olhei para trás e falei para a Ana: ‘Você não está vendo nada, você não está sentindo nada, mas Deus vai fazer com esse CD o que você nem imagina.’ E falei aquilo com uma convicção muito grande, pois não somos guiados por aquilo que vemos. Não me guio por vistas, como diz a canção. No ‘Quero me Apaixonar’, era a mesma coisa, eu não via nada. Quando saí da ministração estava destruída emocionalmente. Na manhã do dia da gravação era o dia do aniversário da Sophia de um ano e nós estávamos longe dela. No ano anterior eu não tinha ido para a gravação por causa do nascimento dela e no ano seguinte eu estava sem ela porque não ia levar a Sophia devido ao ritmo de gravação. Não ia ter tempo de ficar com ela, curtir a Sophia, um aninho, ela ainda era muito pequena. Eu cheguei da passagem de som e tentei falar na minha casa, mas não conseguia. Chamava e ninguém atendia. Comecei a ficar preocupada com aquilo, mas pensei no melhor. Se tivesse alguma coisa errada a Cida teria me ligado, vai ver que é algum problema na linha e está tudo bem. Fui dormir. No dia seguinte amanheci ligando para casa. Não consegui falar e como eu tinha que ir para o salão arrumar o cabelo, falei com o João para continuar tentando. Desci para uma sala do hotel que eles reservaram para ser o nosso salão. Quando estava arrumando o cabelo o João chegou com uma cara de más notícias. Ele me disse que a Sophia havia começado a passar mal, teve diarréia, vômito e teve que ir para o hospital ficar em observação porque ela estava em um quadro de desidratação, mas que estava tudo sob controle, que ela estava sendo assistida. A minha primeira reação foi pensar: ‘Eu vou juntar minhas coisas e vou embora para casa.’ Aquele desespero e aquele tanto de pergunta na minha cabeça: ‘Deus, mas eu estou fazendo a sua obra, o que está acontecendo? Por que comigo?’ Ainda mais naquela gravação que eu tinha orado tanto, jejuado tanto, naquele momento eu estava no salão entregando o meu voto. E o Senhor falou comigo assim: ‘Você vai voltar para casa ou você vai escolher viver o que você está cantando?’ E foi nessa gravação que eu cantei ‘Lugares Altos’. O Espírito Santo começou a me aquietar e comecei a me lembrar: ‘O Senhor é a minha força, Ele faz os meus pés como os da corça, me faz andar em lugares altos, acima dos problemas, acima das tribulações, acima das minhas dores, acima das desilusões.’ Aí falei com Deus: ‘É, eu vou cantar o que estou vivendo.’ E liguei para os intercessores e pedi ajuda em oração para mim e para o João. Falei: ‘Senhor, a Sophia é Tua, eu estou entregando e descansando no Senhor.’ As pessoas me viam dando aquelas passadas na gravação, pensando que era só uma coreografia. Mas na realidade cada passo que dava estava marchando sobre a minha dor, sobre a minha vontade. Logo depois ia interceder pela nação. Aí foi aquele clamor pela nação. E quando eu saí da gravação eu não sabia o motivo, mas estava destruída. Eu só queria chorar e ir para o meu quarto. Depois fui entender que isso é normal quando a gente está de frente com as trevas. Lembro-me que foi muito tumultuado, tinha muita gente em São Paulo, a estimativa da polícia foi de dois milhões de pessoas. Algumas pessoas invadiram o lado de trás do palco e eles balançavam nossa van, batiam na porta, gritando para tirar foto. A minha vontade era de sair correndo e gritando. E aquela frustração veio. Esperava algo diferente pela disposição do meu coração e não vi com meus olhos naquele dia. Mas depois comecei a receber os testemunhos do ‘Quero me Apaixonar’. Deus teve o cuidado de me fazer ler as cartas do DT muito tempo, responder cartas e e-mails, então, tive acesso a muitos testemunhos e aquilo foi confortando meu coração e me mostrando que quando Deus move não precisamos ver. Ele está fazendo e ponto final. Só precisamos crer. Quando chegamos ao Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, após a gravação, eu pensava: ‘Deus, o que está acontecendo? Eu jejuei tanto, eu busquei tanto e parece que não aconteceu nada.’ A Ana Paula, sem saber de nada, pois não comentei isso com ninguém, guardei dentro de mim, nem com meu marido comentei, disse assim: ‘Minha amiga, eu sei exatamente o que você está sentindo, eu senti isso no ano passado. Eu profetizei sobre a nação, foi um grande fluir de Deus e depois me deu essa sensação de que nada aconteceu. Mas eu sei que aconteceu. Não precisa se preocupar, o que Deus tinha que fazer, Ele fez.’ E aquela palavra me trouxe muita paz. Deus sabe os caminhos que Ele nos leva a caminhar. Às vezes não entendemos nada, mas mais tarde olhamos para trás e começamos a entender que as coisas fazem sentido, se encaixam. Há coisas que Deus permite vermos e outras não. Existem coisas que só vamos saber na eternidade (e isso se Ele quiser). O fato é que se nós caminhamos diante de Deus e confiante naquilo que Ele faz, só precisamos descansar.”

O Sol da Justiça continua brilhando
“Para mim, a gravação do CD ‘Sol da Justiça’ foi a confirmação de que eu havia obedecido a voz de Deus. Sabe quando você está em uma turma que você ama, que você sempre andou junto, mas que não se sente mais parte? Foi exatamente o que eu senti. Naquela gravação senti Deus me falando assim: ‘Quando eu coloco um ponto final não é vírgula.’ Eu sei que Ele fez isso para o meu consolo, para o meu conforto porque às vezes pensamos se realmente estamos obedecendo a Deus ou se estamos ouvindo a nossa alma. A gravação do ‘Sol da Justiça’ foi essa confirmação para mim. Deus me fez ver a nova geração. A Ana achar tudo lindo. No teatro, então, foi perfeito, foi tudo maravilhoso, mas você olha aquilo com distanciamento, aquela história não é mais a sua história. Eu estava ali como amiga da Ana, para dar suporte se ela precisasse, mas não mais saudosa do Diante do Trono. Houve um momento muito especial, na Praia do Meio, quando nós entramos para cantar. Eu não imaginei que seria tão forte. Quando olhei para todos nós cantando, Nívea, André, Mariana, João, Ana, eu pensei: ‘Meu Deus, olha a gente juntos outra vez.’ Parece que tínhamos voltado para o ‘Águas Purificadoras’. Por um momento Deus me permitiu matar a saudade daqueles dias. Fluiu uma unção naquela hora, fluiu o poder de Deus naquele momento sobre a minha vida. Eu olhava para eles cantando e me dava vontade de gargalhar pensando que história linda era aquela. Olhava para eles e tudo desaparecia, os músicos, a plateia, a chuva… desapareceu tudo. Não via problemas, não via nada. Só olhava para aquilo como quem olha para trás de uma maneira boa e tendo flashbacks muito especiais. Eu respeito e amo profundamente o André, a Nívea, a Mariana, a Renata (que não estava ali conosco, estava no camarim), o Clay e a Grazy, eu amo essas pessoas. Meus amigos que passaram tantos anos ao meu lado no vocal e Deus me permitiu ver aquilo novamente. O ‘Sol da Justiça’ foi aquela despedida. E de surpresa a Ana ainda me pediu para ministrar uma palavra no final e falei exatamente o que estava sentido, que o que estava gravado do DT até ali, Deus ia continuar fazendo. Há pessoas que vão ouvir o ‘Quero me Apaixonar’ daqui a 10 anos e Ele ainda vai continuar fazendo, porque é Deus quem faz, não somos nós. A partir do ‘Sol da Justiça’ vem uma nova história com uma nova turma e essa história não tem que ser igual à primeira, porque é nova, porque Deus tem algo novo. É muito precioso isso. É como uma caixa de lápis de cor, o artista faz o que ele quiser, usa as cores que ele quer. E agora chegou a vez de Deus usar novas cores. Em contrapartida, André, Mariana, Clay e Grazi, Nívea, João e eu, tomamos novos caminhos e somos usados no reino também, chegando a lugares que não poderíamos chegar todos juntos. O sentimento quando ministramos juntos é sempre de alegria. A Ana sempre disse uma frase para nós: ‘O Diante do Trono é parte do plano de Deus para sua vida, não é o plano total para a sua vida.’ Ela sempre deixou isso bem claro. Que Deus ia nos levar para outros caminhos, que Ele ia fazer o que Ele quisesse fazer. E ela foi a primeira pessoa dentro do DT que colocou o microfone na minha mão. Então, se hoje as pessoas querem me ouvir é por causa do Diante do Trono. Deus me deu voz por acessibilidade do DT e da sensibilidade da Ana. Eu quero realçar isso, pois a Ana é formadora de líderes, ela nunca quis ser estrela. Ela nunca quis deter as coisas só na mão dela. Ela delegou, ela percebia um talento, uma vocação e ela encorajava isso. Quem não aproveitou foi porque não quis, porque ela deu voz, deu oportunidade, deu encorajamento, não apenas na palavra, mas também nos empurrando muitas vezes. Ela sempre foi essa pessoa. O que me ligou a Ana não foi o Diante do Trono, foi uma aliança que Deus estabeleceu entre nós duas.”

Uma aliança de amizade
“Estávamos em um acampamento do grupo na Estância Paraíso (espaço situado próximo a Belo Horizonte. A Estância faz parte do Ministério Restaurando Vidas, da Igreja Batista da Lagoinha). Nesse acampamento estava me sentindo muito seca. Em uma ministração, deitei de bruços, coloquei as mãos nos olhos e falei: ‘Oh, Deus, faz alguma coisa, eu quero sua presença, eu preciso. Hidrata-me espiritualmente porque estou me sentindo tão seca, Senhor.’ Eu pedia ao Senhor que Ele me ressuscitasse espiritualmente. Eu estava orando e ninguém estava me ouvindo, pois eu estava sussurrando, só para o Senhor. Nesse momento, senti o peso de um corpo em cima de mim. Imediatamente me lembrei do profeta que deitou sobre uma criança para que ela ressuscitasse. E quando essa pessoa deitou sobre mim comecei a chorar e a me quebrantar. E rompeu alguma coisa dentro de mim. E essa pessoa levantou e ficou ao meu lado. A pastora Ezenete estava ministrando e eu não sabia quem era, pois não abri os olhos. Ouvi a pastora Ezenete dizendo: ‘Dê a mão para essa pessoa que está aí mais perto de você.’ Eu peguei na mão daquela pessoa que eu não sabia quem era e que  estava ao meu lado. E a Ezenete continuou: ‘Hoje, Deus faz uma aliança entre você e essa pessoa que está ao seu lado.’ Quando eu abri os olhos essa pessoa era a Ana Paula. Naquele dia Deus falou comigo: ‘Você é a escudeira dela, defenda as costas da Ana, ore por ela. Não espere nada dela, faça você.’ Depois que acabou aquele momento eu nunca mais me esqueci. Eu sempre olho para a Ana e me lembro daquele dia. Eu tenho uma aliança com ela. E é por causa disso que sempre que ela me chama ou precisa de mim, eu falo, estou aqui. Nós temos temperamentos diferentes, somos mulheres diferentes. Temos diferenças às vezes que pode dar até choque, mas nunca deu, porque nos amamos. Temos liberdade de dizer o que precisa ser dito para a outra sem ‘dodóis’. Já aconteceram até alguns conflitos, foi muito doloroso, mas é maravilhoso porque os conflitos também fortalecem as estruturas. Eu sempre irei ver a Ana como uma pessoa que tenho uma aliança e uma dívida. Ela não gosta que eu falo isso não, mas eu tenho uma dívida porque Deus me amou por meio dela.”

“Tudo que vivemos foi para entender que Deus é Soberano e é Ele quem realiza. Sou filha de Deus. O meu valor está em Deus. Isso tudo foi sendo trabalhado. Às vezes as pessoas pensam que somos um grupo de pessoas espirituais que se juntaram, por isso fluiu tudo. Mas não foi assim. Deus foi trabalhando em nós a sua vontade e nos usando. Essas histórias me marcaram profundamente e muitas outras. Eu poderia passar mais umas 10 horas aqui contando. Quanto mais lembramos mais histórias vêm à memória. Eu só sei que tudo valeu à pena. Se eu precisasse começar tudo de novo eu gostaria que fosse exatamente como foi. Essas são algumas das muitas histórias que vivemos no DT. Histórias de amizade, cumplicidade, problemas superados, milagres e, sobretudo, muitos frutos de salvação”, conclui Helena.

Nesse momento da entrevista, Ana Paula Valadão Bessa se aproxima da porta e chamou Helena para gravar as vozes do Crianças DT 2012 – Davi. Ao que Helena responde: “Como eu disse, agora ela está precisando de mim, tenho que ir.”
Original do HotSite 15 anos de DT

Um comentário:

  1. Que lindo testemunho!! Edificou minha vida!! Helena Tannure, DT, presente de DEUS as nações!

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