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The O.C: drama, romances e risos |
Poucas séries me ganharam como The O.C me ganhou, exibida desde 2003 pelo Warner Channel e desde 2004 pelo SBT, a série conquistou um público que se manteve fiel, mas em sua maioria nem tanto. O enredo da série é dos mais básicos e conta a história do jovem deliquente Ryan Atwood (Benjamin McKenzie) que é acolhido pelos ricaços Cohen. Criado por uma mãe alcóolatra e com um irmão preso, o jovem é fechado para expressar seus sentimentos e se sente um peixe fora d´gua na rica
Orange County, mas só por um tempo. O advogado Sandy Cohen (Peter Gallagher) acaba levando o trabalho para casa, no caso específico, um adolescente de 16 anos, fato que revolta e contraria sua esposa, a workaholic e socialite Kirsten (Kelly Rowan), como melhor amigo ele ganha o nerd Seth (Adam Brody) e no fim é aceito pela esposa relutante. A relação construída pela família é emocionante e Ryan apesar de todo sofrimento passado na curta vida, começa a aceitar seu novo lar. Com a nova residência, também há novos conflitos e problemas, e uma garota especial cruza seu caminho, a inconsequente Marissa Cooper (Misha Barton) que faz jus a expressão
girl next door. Marissa pode ser chamada de heroína transgressora com seus problemas com roubo, honestidade e a necessidade de irritar sua mãe, Ryan se apaixona por Marissa porém o romance dos dois é afetado ora pela fragilidade ora pela profundidade de Marissa e a própria dificuldade de Ryan em ser o herói, o romântico, eu já disse calado? Marissa é filha de um golpista nato, o ex- namorado de Kirsten, Jimmy (Tate Donovan) que consegue a proeza de fraudar vários clientes destruindo seu casamento com a manipuladora e bela Julie( Melinda Clarke), sem dúvida um dos maiores trunfos da série. Melinda Clarke entrega uma interpretação tão cativante que a malvada Julie acaba se tornando encantadora e ela tem vários momentos clássicos de
bitchness como ter feito um filme adulto no passado, dormir com o ex da filha, casar por interesse, armar, mentir, era sua especialidade.
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Família reunida! |
O auge da crítica bem-sucedida foi a primeira temporada, a que conquistou um maior leque de fãs, com a personagem Summer (Rachel Bilson) que formou ao lado de Seth, uma dupla imbatível, no começo a personagem chega a ser irritante de tão fútil, mas acaba apaixonada pelo nerd viciado em quadrinhos e o alívio cômico constante da série tamanha a carga dramática da mesma.
A família Cohen acaba impactada pela presença de Ryan que deixa no primeiro finale, a cidade de Newport para assumir a paternidade do filho de Teresa (Navi Rawat) uma garota com que se envolveu, deixando os novos pais adotivos arrasados e Marissa, completamente sem rumo, se enrolando com jardineiros sarados e dedicada a ser o mais rebelde possível. Com o suposto aborto de Teresa, Ryan volta para Newport e vê que sua partida provocou uma avalanche de acontecimentos como o término de Summer e Seth, entre outros.
Kirsten e Sandy enfrentam alguns problemas conjugais que culminam na explosão do alcoolismo dela, oprimida desde sempre pelo trabalho com o pai, o milonário, arrogante e atual esposo de Julie, Caleb Nichol (Alan Dale), Kirsten chega as vias de fato e discute feio com o pai, tamanho o choque da loira é quando Caleb morre de enfarte. Isso leva a personagem ao momento mais crítico da dinâmica familiar dos Cohen: Kirsten é internada numa clínica de reabilitação. Quando Ryan e Marissa voltam a ficar juntos, eis que surge um novo empecilho: Trey (Logan Marshall-Green), o irmão de Ryan que deixa a prisão e vai direto para Newport, o finale da segunda temporada acaba com Marissa atirando no cunhado para salvar o amado. E esse foi o começo da despedida da personagem que teve na terceira temporada, seus dramas tão explorados deixando até um pouco cansativo de assistir sem achá-la uma chata, chega também para ela e Ryan, que se dedica a novos relacionamentos e ao último ano da escola. Seth vira e mexe se envolvia com mentiras, decepcionando Summer, mas se supera ao fumar maconha incentivado por Kaitlin (Willa Holland) a irmãzinha de 15 anos de Marissa. Kaitlin faz um estrago parecido com Julie e confirma a máxima de filho de peixe, peixinho é...Mas de soma, a terceira temporada foi boa, sim, o último erro de Marissa é atrair para ela e Ryan, o mau-caráter e quase sempre chapado, Volchok (Cam Gigandet), após um relacionamento conturbado com o cafajeste, ela resolve recomeçar, mas morre no fim da temporada em um acidente de carro provocado por Volchok, fato culminante para o abandono colossal de fãs da série.
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A morte de Marissa Cooper, a girl next door |
O criador Josh Schwartz publicou uma carta para os fãs explicando a saída de Mischa da série e concordo com seu ponto de vista, Marissa sempre estava envolvida em situações de quase morte, nada mais justo que ela se despedisse assim da série, porém o episódio intitulado Formatura é marcante em vários aspectos, principalmente por ter sido esquematizado de forma ao telespectador não desconfiar da morte de uma das protagonistas.
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A encantadora e ambiciosa Julie Cooper |
Eis que surge o momento de despedida real da série, sua mal-interpretada e ótima quarta temporada, que mostrou os personagens tentando seguir em frente após a morte de Marissa, os mais afetados pelo ocorrido foram Summer (que se tornou ambientalista e parou de se depilar), Julie ( perdeu o gosto pela vida e entrou numa depressão profunda) e Ryan (envolvido com brigas de rua e empenhado em apanhar muito de forma que compensasse a culpa pela morte de Marissa). O tema principal da história foi amadurecimento e redenção e a verdade nua e crua é que a morte da
girl next door deixou o seriado bem mais leve e engraçado, em parte por Taylor Towsend (Autumm Reeser) personagem cretininha inserida na terceira temporada primeiro como uma vilã relutante, mas que por fim se mostrou bem legal e falante. Na quarta temporada, ela é desenvolvida e tem muito espaço. Taylor é solitária, tem vários tiques nervosos como falar diversos idiomas quando irritada, curiosa, rejeitada pela mãe e muito engraçada. Acho que é o máximo o jeito como ela e Ryan se apaixonam e que ela é a razão da quarta temporada fechar com chave de ouro essa preciosidade da tv. Julie resolve colocar os pingos nos is e se torna uma mãe melhor para a filha que restou, kirsten e Sandy tem mais uma filha, Summer e Seth se casam e tudo isso após no penúltimo episódio a cidade ser arrasada por um terremoto, uma estratégia genial dos criadores.
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A carismática e engraçada Taylor Towsend |
Uma das principais características de The O.C sempre foi sua trilha sonora de primeira qualidade e atuações memoráveis, um seriado bem familiar e nas palavras de um crítico norte-americano que foi muito feliz na citação:
" este é o melhor seriado produzido para a televisão nos últimos anos, mais inteligente, mais divertido e quando preciso, muito mais tocante."
É daquelas séries que te fazem questionar o real sentido da palavra família, cheia de referências a cultura pop e que falam sobre lealdade, destino e amizade como poucas. The O.C mostra que não são transas que importam, não é a quantidade de dinheiro que você tem e sim, os seus valores e o poder da família acima de tudo. Não consigo parar de assistir e em 92 episódios traz personagens fabulosos, a delícia de Natanukká (junção entre Natal e Hanoká), risos, lágrimas, rômances e boa música no pacote. Que tal assistir?